O documento foi produzido durante a Operação Castelo de Areia e o seu conteúdo foi noticiado nesta sexta-feira (22) pela Folha de S. Paulo. Segundo o jornal, a PF aponta como supostos beneficiários dos pagamentos integrantes do grupo político do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que controlaria o ministério de Minas e Energia.
A Camargo Corrêa informou a Folha que não irá se manifestar sobre documentos da Operação Castelo de Areia, que está suspensa por ordem judicial. A empreiteira questiona a legalidade das provas e uma decisão provisória do Superior Tribunal de Justiça suspendeu a investigação e todos os processos relacionados ao caso.
Se a decisão for confirmada, todos os documentos pela Castelo de Areia perderão sua validade legal.De acordo a PF, em um manuscrito apreendidos com Pietro Bianchi, diretor da construtora, há registro de que foram repassados ao PT e ao PMDB 3% de uma parcela de R$ 97 milhões recebida pela empreiteira para a construção da eclusa. Os recursos destinados ao PMDB foram repassados a “Astro/Sarney” e os do PT a “Paulo”.
Para a PF, “Sarney” é “provavelmente” Fernando Sarney, filho do presidente do Senado (investigado pela PF desde 2006, Fernando Sarney já foi indiciado por formação de quadrilha) e “Astro” seria Astrogildo Quental, diretor financeiro da Eletrobrás e ex-secretário estadual do Maranhão no governo de Roseana Sarney. Segundo a Folha, os peritos da PF não conseguiram identificar “Paulo”.
Em outros registros, entretanto, estaria escrito o nome de Paulo Ferreira, que a PF suspeita ser o tesoureiro do partido.(Fernando Sarney e Astrogildo Quental, que estudaram juntos Universidade de São Paulo, e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeu, seriam parte de um grupo de corrupção conhecido como o grupo da Poli de 78. Leia reportagem de ÉPOCA.)
Pelo menos duas pessoas ligadas ao ministério de Minas e Energia foram citadas no relatório: a inscrição “Ex. Min. Sil.”, ao lado de um registro de pagamento de R$ 300 mil, “ao que tudo indica”, segundo a PF, se refere ao ex-ministro Rondeau, que deixou o cargo em 2007, após ter sido investigado na Operação Navalha; já a inscrição “Lobinho”, encontrada em um manuscrito citando um pagamento de R$ 500 mil, seria, também de acordo com a PF, um apelido para Edison Lobão Filho, suplente e filho do senador Edison Lobão, atual ministro de Minas e Energia.
José Sarney e outros citados negam as suspeitas, que dizem servir para “criar escândalos”.
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