TÁRIK DE SOUZA
[crítico de música do Jornal do Brasil]
[ Eu acho o Tárik um cara superlegal, mas ele entende é de MPB. Uma
coisa que me irrita um pouco são pessoas de determinadas áreas falando
de áreas que não são delas. Eu não entendo nada de MPB. Sou amigo
do
[Jards] Macalé, às vezes a gente conversa e tal, mas eu não posso me
meter a fazer a crítica do disco do Moreira da Silva. O Tárik não tem
base para falar de rock. Ele é um excelente jornalista, entende muito de
MPB, tem um trabalho que eu respeito muitíssimo, mas que não me
venha falar de rock, pois ele não entende nada de rock. Mas, de uma
certa forma, ele tem um pouco de razão, porque meu timbre de voz é
parecido com o do Jerry Adriani, em uma ou outra música. Só que, a
partir do momento em que isso é utilizado para rotular e criar um texto
jornalístico, acaba sendo uma coisa de má-fé. Acho isso
superdesnecessário. No entanto, acho que as pessoas têm total liberdade
para expressar suas opiniões. (1986)
'TEATRO DOS VAMPIROS'
[faixa do disco V]
[ Era na época daquela novela
[Vamp], que estava fazendo sucesso —
acho que ainda está fazendo sucesso, porque eles alongaram. Tem essa
crise do país, e tudo. Então, a gente fez a música. Essa foi a primeira
letra. Bonfá fez a música, eu fiz a letra, e a gente juntou tudo. E era para
ser sobre a TV (1992)
'A TEMPESTADE — OU O LIVRO DOS DIAS'
[
A Tempestade ficou mais pop. A gente gravou 25 canções, mas, daí,
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nos tocamos da inviabilidade de, num último trabalho de um contrato, lançar um álbumduplo
. Pensamos em fazer um disco dividido em dois — onera mais. Mas disco-duplo
ninguém compra, porque é muito caro. (1996)
[ O disco tem uma ligação muito grande com a mulher, mas ele ia ter
um conteúdo ainda mais romanticamente político. Ia falar muito mais
de Brasília, como é com
Dezesseis. Seria como se Eduardo e Mônica
salvassem Renato Russo, um drogado. Mas, aí, ia aparecer droga e me
disseram: "Pô, você não pode fazer isso". E eu acabei não conseguindo
decidir nem o título. Ia ser um disco duplo, mas a gente preferiu lançálo
da forma mais simples... Que nem Mara
[Maravilha]... Sério1 .. A
gente poderia fazer com uma caixinha importada... Você abriria, teria
um libreto enorme e um disco num envelopinho. Mas. aí, eu fiquei
pensando: "Para que isso? Só para a Odeon majorar o preço?". Nós
somos uma banda popular. (1996)
[ É claro que têm afluências do
Stonewall e do Equilíbrio Distante em
algumas coisas, mas a gente já fazia isso anteriormente. E são 15 músicas.
O que esse cara quer é uma utopia: "Não quero estar apaixonado"
[verso
de
Longe do meu lado]. Isso é uma coisa real da minha vida. Está deste
jeito, mas as letras eu assino em ferro embaixo. Eu faço todas as letras,
mas é aquilo que eu tinha falado: vem a música e eu começo a imaginar
o que é isso e o que isso me traz... Este disco já me esgotou tanto, você
nem sabe a energia que está sendo... (1996)
[ Eu já estou exausto de ficar falando deste disco, não sei o que vai
acontecer. Provavelmente, eu vou sair do país, vou embora para São
Francisco, ficar lá uns dois meses e, de lá, vou para a Nova Zelândia.
Porque, este ano, no Brasil, primeiro o cristal se quebrou
[referindo-se
à polêmica sobre pagamento de cachês aos artistas que se apresentaram
no show da passagem de ano no Rio]
e a magia se acabou. Logo depois,
teve o acidente com os Mamonas. Aí, depois, vieram as enchentes; aí, a
chacina no Pará. E este disco novo, dizem, está tão melancólico, tão
triste, tão não-sei-o-quê, que está perfeito para todos esses problemas
que a gente está tendo de enfrentar. (1996)
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[ Quando sair o disco, a gente faz uma sessão especial. Agora eu não
estou muito legal. Você nota como é que eu estou. (1996)
[ Ansiedade, ansiedade, ansiedade... E certeza de ter feito realmente o
nosso maior esforço. Sabe, gente, a gente não pisou na bola, não! As
pessoas podem não gostar, mas não tivemos momentos de preguiça
soberba ou de atraso. Tudo foi feito com muito amor, com muita técnica
e com muito ofício. (1996)
TEMPO
[ Me sentiria velho se estivesse cantando as canções do
Stonewall para
um público de 14 anos, que fica pedindo
Pais e filhos. A boa música não
tem idade. (1994)
[ Não sei o que vou fazer aos 50 anos. Não sei nem mesmo o que vou
estar fazendo daqui a três dias. (1994)
'TEMPO PERDIDO'
[faixa do disco Dois]
[ Quando terminamos de gravar
Tempo perdido, fiquei com vergonha,
de tanto que a música lembrava os Smiths. (1991)
TERROR
[ Terror me atrai muito. Acho que, hoje em dia, é um paralelo perfeito
com o mundo em que a gente está vivendo. Adoro a mitologia do
vampiro. Eu acabei de ler um livro,
The vampire Lestat, que eu achei
bárbaro. Eu gosto muito de ler. (1986)
TESTE DE AIDS
[ Não falo sobre isso. Dá medo, é uma coisa terrível. Faço parte de
uma geração que foi pega no meio do caminho. Tive que erotizar o uso
da camisinha. Senão, na hora de procurar por ela, você já broxou. Para
não usá-la, o pessoal começou a fazer mais sexo sem penetração, achando
que não pega Aids. Virou tudo filme de gay, sabe? Aquela coisa de gozar
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fora. Mas eu não preciso dessa coisa de teste, e quando eu fiz foi... Foi horrível esperar o
resultado. Faço
check-up todo ano e descobri que estava com hepatite B. Os médicos
me pediram para fazer teste de Aids. Fiz três exames até ter certeza do resultado, que
deu positivo no primeiro exame e foi um horror... Você tem que falar com seus amigos e
todos fizeram testes de Aids. Aí, fiz o outro
[mais caro e mais preciso]. Repeti mais uma
vez, durante o tratamento da hepatite. E esses dois deram resultado negativo. O médico
disse que, até segunda ordem, eu sou soronegativo. Mas ajo como se fosse soropositivo.
Sexo seguro total. Já passei por tanta coisa... E sempre maltratei muito meu organismo.
(1995)
TIETAGEM
[ Detesto gente que fica em cima, puxando o saco. Aí, eu não faço a
menor questão de falar mesmo. Mas, com fãs, o negócio não é bem
assim. Os fãs escrevem cartas lindas, dão sempre apoio, são beminformados,
não incomodam nunca. Eu até quero fazer um correio da
Legião. (1987)
TIMIDEZ
[ Se eu fosse tímido, eu não subiria no palco. Há diferença entre
privacidade e timidez. (1992)
[ Que nada, gente! Essa coisa de timidez é tudo ensaiado! (1992)
TITÃS
[ Teve uma época em que dava até raiva: os Titãs todo fim de semana
estavam no Canecão. Adoro os Titãs, mas era sempre aquela mesma
história — todos os globais vendo Titãs e descobrindo o rock'n'roll. Me
dava uma coisa no estômago muito esquisita... (1989)
Olha, pessoal, errar é humano, e vou tentar não ser mais leviano. Em
geral, quando fico agressivo, passo esta impressão. É quando estou
inseguro, porque eu nunca vou falar mal de uma pessoa conscientemente,
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a não ser que seja Uns e Outros. Aí, eu acredito que tenha cacife para falar. Porque,
Deus me livre, os Titãs são maravilhosos. Estou adorando esta onda, porque somos
iguais. Tenho certeza de que, no dia em que encontrar os Titãs de novo, mesmo que
ainda tenha um certo ressentimento, a gente dá umas risadas, fala mal das gravadoras,
fala mal de todo mundo e fala bem de todo mundo. (1989)
TORTURA
[ Tortura política, mental, emocional... Seja ela qual for, é coisa que
nunca mais deve acontecer no mundo. (1990)
TRABALHO
[ Eu não percebo meu trabalho como sendo político; para mim, é a
minha vida. Eu só consigo falar do que sinto e do que vejo; não tenho
muita capacidade para inventar. É sempre a partir do Renato Russo.
Detesto ficar falando Renato Russo... é tão chato... (1986)
[ O trabalho ainda é divertido. Só que o melhor, agora, não é fazer,
como no início, mas terminar um trabalho. Antes, eu sonhava em ter
uma guitarra. Hoje eu tenho empresários, advogados, procuradores,
despachantes,
roadies e um monte de coisas. É o tal negócio: eu me
sinto como o cara que fez a prova e está aliviado, apesar de não saber se
passou no vestibular. (1989)
[ O que me irrita um pouco é que não tem jeito de a gente falar do
nosso trabalho sem citar outros. Eu vim para cá e já sabia: vão me
perguntar dos Titãs, dos Engenheiros... Será que não dá para falar do
nosso trabalho? (1992)
Se eu estiver bem e tocar
Angra dos Reis, eu fico melhor. Mas,
geralmente, não é assim. O que me lembro mesmo é do trabalho que
dão as gravações. Quando fica pronto, já ouvi tantas vezes que não dá,
não tenho saco. (1995)
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TRANSA
[ Minha primeira transa foi num carro, aos 17 anos. (1994)
TRAUMA
[ Eu já tenho trauma de ter falado coisas sérias demais. No pop e no
rock, não adianta você ser panfletário. Eu não vou fazer o equivalente
sonoro das fotos do Robert Mapplethorpe... Se eu falar do que está
rolando, da miséria, da angústia, eu terei que falar de uma maneira
que não agrida, porque já existe muita, muita, muita agressão. Se a
gente não tivesse tanta responsabilidade, com certeza, estaríamos
fazendo outras coisas. A gente está num país em que as pessoas não
têm educação
1. A gente não vai esquecer Que país é este, que era uma
música adolescente boba e quase fode com a gente! Ou daquele show
em Brasília, vendo a garotada se matando. (1992)
TRÊS ACORDES
[ Nós trabalhamos com mantra. A nossa parte musical é fincada na repetição. Em
cima dela é que vem a letra. Talvez, por isso, chame mais atenção. Mas todo mundo
faz isso... Porque é mais fácil de tocar. São só três acordes. Nós pegamos os três
acordes e vamos embora. (1990)
[ É bacana experimentar no estúdio. Em geral, o Dado pega o baixo. De repente, ele
pega o bandolim, o Bonfá vai para o teclado, e a gente vai... Sempre os mesmos três
acordes, mas vamos. "OK, só sabemos três acordes. Vamos colocar uma flauta
para ficar diferente?". "Vamos!!!". (1994)
TROVADOR SOLITÁRIO
[ Eu briguei com o Fê
[do Aborto Elétrico] por causa da música Química. Nessa
época
[1982], estávamos supersofisticados, ouvindo Joy Division, essas coisas. Eu
cheguei com aquela música "Não saco
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nada de Química..." e eles: "Pô, Renato, você está atrasado". Eu já tinha a primeira
versão de
Baader-meinhof blues, estávamos ouvindo Comsat Angels, Killing Joke,
Metal Box mesmo. "Pô, você está perdendo seu jeito de fazer música", me dizia o Fê.
"Esta música é muito ruim". E eu sabia que era boa para caramba. Bem, o Fê estava
mais interessado em fazer camisetas. E eu ficava lá, pedindo para ensaiar! Aí eu disse:
"Quer saber de uma coisa? Vou sair!". Aí virei o Trovador Solitário. Abria as
apresentações das bandas, feitas algumas vezes em cima de um caminhão. Subia e
tocava aquelas musiquinhas:
Dado viciado, Eduardo e Mônica etc. E era gozado,
porque todos os punks adoravam, o pessoal da UnB... Os outros jovens — normais,
digamos — detestavam. E eram musiquinhas tão bonitinhas! Não sei como as pessoas
não ouviam naquela época. Estava lá o cara cantando sua música, eu chegava com meu
violãozinho, tipo: "Poxa, eu sei que estas músicas são boas. Um dia, eles vão ver!"
(1989)
[ Eu era o Trovador Solitário. Tinha brigado com o pessoal do Aborto
Elétrico, porque achava que eles não me davam valor. Então, ficava
tocando umas músicas só cora violão para abrir os shows do pessoal.
Foi nessa época que compus
Eduardo e Mônica, Faroeste caboclo. Aí,
eu cansei e resolvi fazer a Legião, com o Bonfá. (1995)
TURMA DA COLINA
[ Componentes da Legião Urbana, Plebe Rude, Capital Inicial e XXX fizeram parte do
que era conhecido como a Turma da Colina da UnB. Isso por volta de 1977, época da
abertura e da redemocratização. Um maço de Hollywood estava por volta de 15
cruzeiros, e na cidade não existia nada para se fazer. Mas aparece, então, o que iria
acabar de vez com a pouca identidade que a capital tinha com a música discoteca.
Brasília deixa de ser Brasília e passa a ser Rio de Janeiro, como o país inteiro. (1983)
[ Éramos um pouco rebeldes, inconformistas, e o rock nos ligava. Mas acredito que
muitas daquelas pessoas iriam ser amigas de qualquer forma, por afinidade, por tudo. E é
gozado, porque era uma turma tão
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esdrúxula! Cada pessoa escolhia uma banda como sua favorita e usava o seu
badge. No
começo, andava todo mundo punk mesmo, rasgado. A Cris, por exemplo, levava o
cachorro dela para passear na coleira, e ela portando uma coleira, também. Isso, em
79, era um escândalo! A gente fazia essas coisas terríveis! Uma vez, eu cismei de
pintar meu cabelo — fiquei parecendo o Anjinho da Mônica. E tinham as prisões. Fui
preso umas duas vezes, porque o pessoal achava que estávamos com drogas.
Pichávamos a cidade inteira — letras de músicas, Sex Pistols —, apesar de, na época,
não ter pichação, grafite. Só no Rio, como o Celacanto Provoca Maremoto. (1989)
[ É gozado, porque Damned assustava, Clash assustava, Pistols assustava,
Buzzcocks assustava. Mas Ramones foi o elo de ligação — todos gostavam. No
começo, eram só cinco ou seis amigos. As meninas tinham um estilo meio Go-
Go's. E o que a gente fazia? Nos encontrávamos toda noite, eu saía da
universidade — estudava Comunicações
[80 e 81] —, aí nos juntávamos na Colina,
colocávamos os carros, comprávamos um garrafão de vinho. Foi quando começamos a
beber. (1989)
[ Íamos para a Colina e ficávamos conversando sobre a vida, todos
com 16, 17 anos, falando dos pais, da namorada, tentando conseguir
alguma coisa para fazer. Colocávamos o carro dentro da quadra,
abríamos as portas e ficávamos ouvindo música, direto! O André Müller
[Plebe Rude]
mandava as fitas da Inglaterra, gravava os programas de
John Peel e, por essas e outras, ouvíamos coisas como Raincoats, Slits...
Quem tinha o primeiro
single do Gang of Four fazia as cópias,
distribuía, e assim foi indo, foi indo, foi indo, até que começaram a
entrar as meninas para a turma. Foi quando o Sid Vicious morreu,
mais ou menos na mesma época em que apareceu o B-52's. 79, acho.
As datas eu não sei ao certo, mas foi logo que apareceram Police, Two
Tones, Specials, Selecter, Madness... As meninas vieram porque essa
era uma música que elas podiam dançar. Até então, era só Sham 69,
aquelas coisas. Eu, por exemplo, dançava batendo a cabeça na parede,
pulava, rolava pelo chão. (1989)
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[ As pessoas que desarvoravam muito não participavam tanto. Nessa época
[83, 84],
já tínhamos nossa sala de ensaio no Brasília Rádio Center. Pagávamos aluguel,
tínhamos um sistema de cooperativa e lá ensaiavam três bandas: o XXX, a Legião e a
Plebe. Fazíamos turnos. Então, envolvia uma certa organização — você tinha de
manter a sala limpa, não podia pegar a chave na vez dos outros. (1989)
[ O lance era o seguinte: cada pessoa na turma tinha que fazer alguma
coisa. Era como uma lei não escrita. Tinha o pessoal das bandas,
apareceram os que faziam fotografias, os que ajudavam a fazer
camisetas, os que faziam os instrumentos, os dos pôsteres, os que
colavam os pôsteres, os que iam na Censura Federal para liberar as
apresentações. Quando não faziam nada, perguntávamos: "Qual é a
sua função na turma?". "Eu tenho carro". Então, era a pessoa que tinha
carro. Tinham os caras que faziam loló... Mesmo que você fosse da
turma e não fizesse nada, imediatamente você queria fazer alguma
coisa. E muitas bandas surgiram assim. Aproveitávamos muito o que a
cidade tinha — era uma garotada com muita informação, os pais tinham
livros em casa, todo mundo classe média alta e punk nos fins de
semanas. Mas, como todos os punks, éramos pacíficos. A violência só
apareceu com os
skinheads. Era só dar alguma coisa para fazermos, e
a gente fazia. Isso foi uma boa experiência, porque, mais tarde, quando
precisamos, soubemos como liberar um show na censura, como tirar
alvará. (1989)
TURMAS
[ Sempre gostei de
tchurma. Desde pequeno eu era ligado em filmes de tchurmas e,
aí, armei a nossa turma. Eu era muito pentelho — juntava as pessoas, tipo "o que
vamos fazer hoje, vamos mudar o mundo", e não-sei-o-quê. Eu era uma espécie de
catalisador. Várias pessoas eram, mas eu insistia muito nisso. (1989)
TURNÊS
[ Daqui para frente, só vamos fazer apresentações, e não shows
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correndo o Brasil com turnês. Vai ser como a gente fazia antigamente. Tocar para
públicos médios. Sim, temos que fazer coisas grandes, mas sem sermos obrigados a esse
circuito. Nesse esquema, as pessoas que vão te assistir são aquelas que te conhecem de
relance. A gente prefere ser visto por pessoas que conhecem todo o nosso trabalho, e
não por aquela música que está sendo executada pela rádio. (1987)
[ A turnê do
Quatro Estações foi barra. O Collor tirou nosso dinheiro e pegamos um
ano e meio de estrada. Tudo que era química possível eu consumia. (1995)
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