sexta-feira, 1 de junho de 2007

Letra "O"

OASIS
[
Do I wanna be a rock'n'roll star? Deus me livrei Eu vou cantar aquilo
para quê? Só para fazer aeróbica, não é? Eles são maravilhosos, eu adoro
Oasis, mas, sabe, eu não vou ficar cantando que eu quero
Cigarrettes &
alcohol...
Eu acho bonitinho, mas eu passei pelos Beatles. (1996)
OCIDENTE X ORIENTE
[ Acho que o grande mal da civilização ocidental é não ter contato com
a oriental. Todo esse pessoal proclama verdade, verdade, verdade, e não
chega a solução nenhuma. Daí vem o Lao-Tsé e fala: "Certo, não há
resposta para nada porque há resposta para tudo"... É tão difícil... As
coisas mais básicas são as seguintes: quem acredita sempre alcança,
respeito ao próximo, não faça aos outros aquilo que você não quer que
te façam. E meio por aí. No fundo, é o que o I Ching fala, é o que Buda
fala, Cristo e Krishna também. Todo mundo falou, mas ninguém ouviu.
Se você tem a intenção de ter um coração puro e tenta seguir o negócio
do trabalho e da amizade — ter um trabalho digno e tentar cultivar os
amigos —, você não tem o que temer. "Quem não deve não teme". Eu
acredito nisso, mesmo. Mas é uma dificuldade. (1986)
[ Eu li, em algum lugar, que a maior contribuição do século 20 não vai
ser nada disso que todo mundo fala — a maior contribuição vai ser a
união do modo do Ocidente com o pensamento do Oriente. E eu acho
que é para isso que a gente está caminhando. Acho isso uma coisa muito
importante. (1989)
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[ Você não pode ser omisso. Não está na hora de ser omisso. O problema
não são os fascistas, são as pessoas que não se manifestam. Para citar o
exemplo mais conhecido: Hitler subiu ao poder não por causa das pessoas
que o apoiavam, mas por causa das pessoas que não o levaram a sério,
não se deram conta, e ficaram omissas. (1988)
ÓPERAS
[
Parsifal e A flauta mágica. Esta última vai fazer parte da abertura do
nosso show. (1994)
OPINIÃO
[ Nós temos a aura de sermos porta-vozes da juventude? A gente não
se acha os donos da verdade. Sou jovem de 20 e poucos anos, não sei
nada da vida. E as pessoas bebem minhas palavras como água. E escrevo,
justamente, porque não sei. Não quero que minha opinião sobre temas
controvertidos — drogas, por exemplo — influencie outra pessoa. Não
fico o tempo todo na TV porque não tenho nada a dizer. Não fico na
frente do espelho fazendo pose de mau. (1987)
[ Por que a minha opinião interessaria a alguém? Não sou formado em
rock'n'roll. Acho um grande erro quando pegam pessoas como eu ou a
Cláudia Raia para falarmos sobre assuntos sobre os quais não temos a
menor noção. (1994)
[ É preferível não tocar do que apresentar um trabalho que não é legal.
Quando a gente sente que não tem o que falar, a gente não faz imprensa;
quando a gente sente que não tem o que dizer, a gente não lança disco.
Pelo trabalho que a gente tem, a gente prefere que o público tenha
contato direto com o disco, e com as músicas, para saber o que a gente
está pensando. (1994)
ORGULHO
[ A Legião fez três discos, está tocando há um tempo, e ninguém nunca
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ganhar um duplo de platina em plena crise! Eu fico orgulhoso quando o presidente da
UNE
[União Nacional dos Estudantes] diz que o verdadeiro presidente da UNE é o
Renato Russo. Acho isso muito bacana. (1989)
[ Tenho orgulho de ser brasileiro. (1994)
ORIENTAÇÃO SEXUAL
[ Reafirmo minha orientação sexual para ser um exemplo e, se possível,
evitar que as pessoas passem pelo que eu passei: achar que era doente,
que era estranho, que ia morrer e seguir direto para o inferno. Isso, por
alto. Mas, em geral, para poder ter a liberdade de ser como sou. Mas
não é um problema só de orientação sexual. É de todas as minorias.
(1994)
[ Saí agora de um relacionamento de dois anos, que mexeu
profundamente comigo. Acho que vou ficar uns dez anos escrevendo
músicas de amor, do tipo "meu amor partiu". Por isso, resolvi fazer o
que sei: cantar e lançar um disco
[The Stonewall Celebration Concert].
É a maneira que eu tenho para lutar contra o fascismo, que está voltando.
Minha participação é ser um exemplo. Quanto mais gente perceber
que as pessoas podem ter uma orientação sexual diferente da norma —
e por serem diferentes da norma não são anormais ou doentias — e que
podem ter uma vida digna, estou satisfeito. (1994)
OSCAR
[ Eu ainda vou ganhar dois Oscar: direção e roteiro. Mas eu ainda não
decidi se melhor filme estrangeiro também.
"And the winer is... Oh, my God, Renato
Russo
!.". Aí, eu subo pelo lado errado, sabe? Aquela coisa assim. E, no ano seguinte, eu
sou convidado para ser presidente do júri. Bobagem! Isso tudo são sonhos. (1995)
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[ A gente é o tipo de banda que reclama se tiver um out-door da Coca- Cola no show. A
turnê de As
Quatro Estações foi patrocinada pela Lacta, porque a gente achou que
chocolate era tudo bem. Mas, mesmo assim, tinha um monte de regrinhas. Isso dificulta
as coisas para a gente, mas, se fosse de outra forma, talvez perdêssemos essa coisa
especial que a banda tem. Eu estou lá, falando de ética, sofrendo: é o cantor trágicoromântico
suicida e dependente químico. O público não vai respeitar. (1995)
OVELHA NEGRA
[ Sempre fui rebelde. Mas nossa geração é totalmente careta. Tanto é que o pessoal das
bandas de rock de hoje é justamente a exceção. Agora, é ao contrário: todo mundo gosta
de rock. Na época da adolescência, éramos os loucos, não tinha aquele espírito dos anos 60.
Fomos as ovelhas negras, mesmo. Agora a coisa está mais aberta. Sei que esse pessoal de
14, 15 anos cheira loló, mas isso está se diluindo, porque todo mundo percebe que não
leva a lugar nenhum, a partir do momento em que não está trazendo nem prazer. (1988)
OVERDOSE
[ O que eu fazia, na época, era tomar um porre. Na verdade, tudo acontecia porque
eu me identificava com todos esses párias — Brian Jones, Jimi Hendrix, Janis Joplin,
Jim Morrison —, os loucos em geral. Hoje em dia, eu sei que isso não é legal! Parece que
é a coisa mais linda do mundo você morrer de uma overdose de heroína, mas não é. Não
é, mesmo! (1989)
[ Tenho 31 anos, já passei da fase de morrer de overdose. Todos eles morreram com
27. Eu, agora, tenho mais é que virar Rod Stewart. (1992)
[ Morrer de overdose depois dos 27 anos não é de bom tom. Ficar que nem o Syd
Barret? Eu sou muito mais o Iggy Pop — o cara com 50 anos e arrebentando, falando
tudo que queria falar. (1995)
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