KURT COBAIN [líder do Nirvana, que se suicidou em 1994]
[ O homem é o melhor letrista que apareceu nos últimos dez anos. O
cara era fera. Fica até difícil explicar como eu o achava bom. Foi uma
grande perda. Era poeta de mão cheia, e não apareceu ninguém como
ele. Não com a sua idade, falando as coisas que ele falava. (1994)
[ Em geral, o rock'n'roll é muito adolescente. A poesia que existe nele,
se existe, é sempre uma coisa da oitava série. Aliás, eu sou acusado
disso. Mas, se você pegar uma letra do Kurt Cobain, vai ver que ele
falava para todo mundo. Eu sinto bastante a sua morte, porque entendo
bem o processo por que passou. Essas coisas de fazer sucesso em cima
do que você acredita e sente, e ter as pessoas querendo mais e mais, são
complicadas. Eu encontrei uma saída numa entidade de apoio a
dependentes. Ele, não. Era dependente químico e estava num processo
de negação muito forte. Então, chegou àquele momento de muita
depressão: nada vale a pena, estou sentindo muita dor, vou acabar com
isso. (1994)
Para ele, foi uma viagem muito complicada. Não vou me comparar
ao Kurt Cobain, mas você turva tudo, não sabe o que está acontecendo.
É um baixo astral terrível. Eu tive essa postura do Kurt... Eu acho que
ele era um artista extremamente talentoso, extremamente sensível, e
supergente finíssima. Chegou a um ponto em que ele passou a depender
da droga para se relacionar consigo mesmo e com o mundo, sem perceber
que isso é que quebra a sua espiritualidade. O Kurt Cobain expressava
as coisas boas e ruins que ele via no mundo, mas com a droga. Eu acho
chato o que aconteceu com o Kurt Cobain, mas tudo aconteceu por um
149
motivo. O chato é que ele é o melhor que apareceu em 30 anos! As músicas do cara
eram muito boas. Mas o trabalho do Nirvana era muito perigoso; aquilo era querer virar
Cristo. (1995)
[ Eu abusei muito do meu organismo. Durante muito tempo, fui levado
a acreditar que o romântico era se autodestruir. Hoje, eu sei que não
existe graça em ver o Kurt Cobain se matando no palco. Isso não é
rock'n'roll. Não vamos dar nota dez para esse show. (1995)
[ Quero lidar melhor com esta postura rock'n'roll, porque, senão, você
acaba se matando, como o Kurt Cobain. O menino se matou e você
pensa: "Não precisava". Mas, na cabeça dele, precisava. Era uma coisa
muito pesada. Você não pode levar a sério desse jeito. (1996)
Eu ficava muito aborrecido com aquele menino, porque eu me via no
lugar dele, vivendo a minha história. Eu tinha tudo para morrer como
ele. (1996)
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[ O homem é o melhor letrista que apareceu nos últimos dez anos. O
cara era fera. Fica até difícil explicar como eu o achava bom. Foi uma
grande perda. Era poeta de mão cheia, e não apareceu ninguém como
ele. Não com a sua idade, falando as coisas que ele falava. (1994)
[ Em geral, o rock'n'roll é muito adolescente. A poesia que existe nele,
se existe, é sempre uma coisa da oitava série. Aliás, eu sou acusado
disso. Mas, se você pegar uma letra do Kurt Cobain, vai ver que ele
falava para todo mundo. Eu sinto bastante a sua morte, porque entendo
bem o processo por que passou. Essas coisas de fazer sucesso em cima
do que você acredita e sente, e ter as pessoas querendo mais e mais, são
complicadas. Eu encontrei uma saída numa entidade de apoio a
dependentes. Ele, não. Era dependente químico e estava num processo
de negação muito forte. Então, chegou àquele momento de muita
depressão: nada vale a pena, estou sentindo muita dor, vou acabar com
isso. (1994)
Para ele, foi uma viagem muito complicada. Não vou me comparar
ao Kurt Cobain, mas você turva tudo, não sabe o que está acontecendo.
É um baixo astral terrível. Eu tive essa postura do Kurt... Eu acho que
ele era um artista extremamente talentoso, extremamente sensível, e
supergente finíssima. Chegou a um ponto em que ele passou a depender
da droga para se relacionar consigo mesmo e com o mundo, sem perceber
que isso é que quebra a sua espiritualidade. O Kurt Cobain expressava
as coisas boas e ruins que ele via no mundo, mas com a droga. Eu acho
chato o que aconteceu com o Kurt Cobain, mas tudo aconteceu por um
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motivo. O chato é que ele é o melhor que apareceu em 30 anos! As músicas do cara
eram muito boas. Mas o trabalho do Nirvana era muito perigoso; aquilo era querer virar
Cristo. (1995)
[ Eu abusei muito do meu organismo. Durante muito tempo, fui levado
a acreditar que o romântico era se autodestruir. Hoje, eu sei que não
existe graça em ver o Kurt Cobain se matando no palco. Isso não é
rock'n'roll. Não vamos dar nota dez para esse show. (1995)
[ Quero lidar melhor com esta postura rock'n'roll, porque, senão, você
acaba se matando, como o Kurt Cobain. O menino se matou e você
pensa: "Não precisava". Mas, na cabeça dele, precisava. Era uma coisa
muito pesada. Você não pode levar a sério desse jeito. (1996)
Eu ficava muito aborrecido com aquele menino, porque eu me via no
lugar dele, vivendo a minha história. Eu tinha tudo para morrer como
ele. (1996)
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