JABA
[ Jabá nenhum vai fazer com que as pessoas decorem as nossas letras e
cantem conosco. (1991)
JERRY ADRIANI
[ No começo, os críticos ficaram pichando, para que a gente falasse
mal do Jerry e ele, da gente. Que nada! Ele veio falar conosco, uma vez,
num programa lá em São Paulo. Ele veio supergarotão, deu a maior
força! Foi tão legal! Ele é tão legal! (1988)
[ A primeira música que emplacamos foi Será. Na época, as pessoas
achavam que o meu timbre de voz era parecido com o do Jerry Adriani.
E, na verdade, é — ao menos naquela música. E isso ajudou muito.
(1991)
[ Eu queria cantar com voz de barítono. Porque, naquela época, todo
mundo cantava com voz mais aguda e eu ouvia Jim Morrison, Iggy Pop,
Brian Ferry, David Bowie, Ian Curtis. Foi ótimo o meu timbre ser
parecido com o do Jerry Adriani, mas eu acho mais parecido com o do
Elvis. (1994)
[ Eu tive um sonho. Apareceu uma luz imensa no céu, assim, e, de repente, surgiu o
Elvis: óóóóóóóü! Tocou aquela música e, quando eu cheguei perto, o Elvis virou Jerry
Adriani e disse assim: "Filho, vai em frente". Aí eu virei cantor. (1994)
145
JIM MORRISON
[ Eu não acho que o cantor tenha que ser um mártir, como foram Jim Morrison e Jimi
Hendrix. A gente tem de prestar mais atenção em quem está vivo, nos sobreviventes,
como Keith Richards. Lennon dizia isto: "Importante é quem fica". (1989)
[ Me contaram que o Jim Morrison era tarado pelo Hendrix, "Jimi, Jimi, eu preciso
de você!". Mas, no rock'n'roll, está tudo bem. Agora, e o cara que perde o emprego por
causa de sua opção sexual? (1990)
[ A minha dança é a dança do Jim Morrison. Só que eu sou desajeitado; aí, fica
parecendo que é o Morrisey. (1994)
[ Essa coisa do Jim Morrison é legal, porque, de repente, não é uma
pessoa de influência, é uma coisa natural. Eu me expresso dessa maneira
na hora em que eu sinto uma determinada coisa: a música vai tocando
e... Aí ficou uma marca registrada. Teve um vídeo do Tempo perdido em
que eu fazia uma dança maluca e, uma vez, a gente foi no Chico e Caetano
[programa da TV Globo] e o Caetano fez um comentário sobre isso:
"Olha aquela dança, quero fazer assim também". Pegou, fez o maior
sucesso. O Jim Morrison eu considero um roqueiro bem legal, eu gosto
muito dele. Ele canta com uma voz muito bacana. (1994)
JOVEM GUARDA
[ Eu não gostava de Jovem Guarda, de xerox, de coisa cantada em
português. Com 5 aninhos eu já ouvia Beatles... (1986)
JOVENS
[ Quem não tem uma rede embaixo não vai tentar ura triplo mortal. O
movimento das esquerdas nos anos 60 não deu em nada. Agora, tem
que tentar um novo caminho, sem ter nenhuma saída: o povo está sem
educação, sem alimentação, e a estrutura política está totalmente sem
base ética. Então, fica muito difícil. Não tem modelo, não tem
referencial, nem mentores que indiquem o caminho. Porque as gerações
146
anteriores, além de estarem totalmente desiludidas, jogam toda essa desilusão nos
próprios jovens. Um cara como o Ferreira Gullar dizer que a geração de roqueiros é
uma geração sem caráter é de perder a confiança. O Baden Powell também falou isso. E
eram pessoas que eu respeitava. Então, em quem é possível confiar? Em Caetano
Veloso, mas ele está fora disso. O máximo que você pode fazer é tentar se interiorizar,
buscar algo mais tribal, de sobrevivência mesmo, tanto a nível psicoemocional como
intelectual, informativo, social, político, sexual, tudo. (1988)
[ As pessoas têm que começar a perceber a diferença entre Barão,
Paralamas, Titãs, Legião e os outros. E isso não está claro para a juventude,
porque a garotada está realmente lendo menos. Estão lendo até menos
quadrinhos. Também, pudera, não têm dinheiro, não têm organização,
não têm uma chance. Eles não têm ponto de referência e acreditam em
tudo o que a mídia fala. (1989)
[ O jovem é jovem desde que o mundo é mundo. O que eu acho um
crime é a falta de perspectivas para o jovem no Brasil. Acho que, se o
jovem é alienado hoje, é porque é burro. Atualmente existe muito mais
informação. (1994)
[ Acho muito fácil as pessoas sentarem suas bundas gordas na cidade e
ficarem definindo a juventude. Não tenho que saber como é a cabeça
do jovem. Tenho é que, como cidadão, ajudar as pessoas que vêm depois
de mim a terem uma oportunidade. (1994)
JUDY GARLAND
[ Antes, só o Cazuza e o Lobão saíam no jornal. De repente, eu virei a
Judy Garland do rock. (1993)
JUÍZO
[ Eu acho que a maior falta de juízo é discutir com alguém que não
tem juízo. É sempre aquela coisa de você ter que ficar pacientemente
mostrando: "Gente, não é por aí". (1987)
147
JULGAMENTO
[ O que mais me incomoda é quando as pessoas exigem certas coisas
que são o oposto do que você está fazendo. Essas coisas do tipo concurso
para banda de rock, como as gravadoras estão fazendo. Me diz: você
está fazendo rock'n'roll, vai se submeter a julgamento organizado? Isso
prova que as pessoas não sabem direito onde estão pisando. Se você
está trabalhando seriamente — aquele sério bom —, vai correr atrás da
informação. (1987)
'JUNKIE'
[ Todo mundo quer que Renato Russo vire junkie. Não vou fazer isso.
Não, mesmo. (1987)
[ Definitivamente, não quero mais saber de viagens depressivas; o viver
pela arte não é tanto assim. Isto me assusta. As pessoas só se interessam
pelo seu trabalho a partir do momento em que você se acaba com ele.
Foi assim comigo, logo depois de gravar o Dois. As pessoas diziam: "É o
junkie do rock brasileiro". Chega. (1989)
148
[ Jabá nenhum vai fazer com que as pessoas decorem as nossas letras e
cantem conosco. (1991)
JERRY ADRIANI
[ No começo, os críticos ficaram pichando, para que a gente falasse
mal do Jerry e ele, da gente. Que nada! Ele veio falar conosco, uma vez,
num programa lá em São Paulo. Ele veio supergarotão, deu a maior
força! Foi tão legal! Ele é tão legal! (1988)
[ A primeira música que emplacamos foi Será. Na época, as pessoas
achavam que o meu timbre de voz era parecido com o do Jerry Adriani.
E, na verdade, é — ao menos naquela música. E isso ajudou muito.
(1991)
[ Eu queria cantar com voz de barítono. Porque, naquela época, todo
mundo cantava com voz mais aguda e eu ouvia Jim Morrison, Iggy Pop,
Brian Ferry, David Bowie, Ian Curtis. Foi ótimo o meu timbre ser
parecido com o do Jerry Adriani, mas eu acho mais parecido com o do
Elvis. (1994)
[ Eu tive um sonho. Apareceu uma luz imensa no céu, assim, e, de repente, surgiu o
Elvis: óóóóóóóü! Tocou aquela música e, quando eu cheguei perto, o Elvis virou Jerry
Adriani e disse assim: "Filho, vai em frente". Aí eu virei cantor. (1994)
145
JIM MORRISON
[ Eu não acho que o cantor tenha que ser um mártir, como foram Jim Morrison e Jimi
Hendrix. A gente tem de prestar mais atenção em quem está vivo, nos sobreviventes,
como Keith Richards. Lennon dizia isto: "Importante é quem fica". (1989)
[ Me contaram que o Jim Morrison era tarado pelo Hendrix, "Jimi, Jimi, eu preciso
de você!". Mas, no rock'n'roll, está tudo bem. Agora, e o cara que perde o emprego por
causa de sua opção sexual? (1990)
[ A minha dança é a dança do Jim Morrison. Só que eu sou desajeitado; aí, fica
parecendo que é o Morrisey. (1994)
[ Essa coisa do Jim Morrison é legal, porque, de repente, não é uma
pessoa de influência, é uma coisa natural. Eu me expresso dessa maneira
na hora em que eu sinto uma determinada coisa: a música vai tocando
e... Aí ficou uma marca registrada. Teve um vídeo do Tempo perdido em
que eu fazia uma dança maluca e, uma vez, a gente foi no Chico e Caetano
[programa da TV Globo] e o Caetano fez um comentário sobre isso:
"Olha aquela dança, quero fazer assim também". Pegou, fez o maior
sucesso. O Jim Morrison eu considero um roqueiro bem legal, eu gosto
muito dele. Ele canta com uma voz muito bacana. (1994)
JOVEM GUARDA
[ Eu não gostava de Jovem Guarda, de xerox, de coisa cantada em
português. Com 5 aninhos eu já ouvia Beatles... (1986)
JOVENS
[ Quem não tem uma rede embaixo não vai tentar ura triplo mortal. O
movimento das esquerdas nos anos 60 não deu em nada. Agora, tem
que tentar um novo caminho, sem ter nenhuma saída: o povo está sem
educação, sem alimentação, e a estrutura política está totalmente sem
base ética. Então, fica muito difícil. Não tem modelo, não tem
referencial, nem mentores que indiquem o caminho. Porque as gerações
146
anteriores, além de estarem totalmente desiludidas, jogam toda essa desilusão nos
próprios jovens. Um cara como o Ferreira Gullar dizer que a geração de roqueiros é
uma geração sem caráter é de perder a confiança. O Baden Powell também falou isso. E
eram pessoas que eu respeitava. Então, em quem é possível confiar? Em Caetano
Veloso, mas ele está fora disso. O máximo que você pode fazer é tentar se interiorizar,
buscar algo mais tribal, de sobrevivência mesmo, tanto a nível psicoemocional como
intelectual, informativo, social, político, sexual, tudo. (1988)
[ As pessoas têm que começar a perceber a diferença entre Barão,
Paralamas, Titãs, Legião e os outros. E isso não está claro para a juventude,
porque a garotada está realmente lendo menos. Estão lendo até menos
quadrinhos. Também, pudera, não têm dinheiro, não têm organização,
não têm uma chance. Eles não têm ponto de referência e acreditam em
tudo o que a mídia fala. (1989)
[ O jovem é jovem desde que o mundo é mundo. O que eu acho um
crime é a falta de perspectivas para o jovem no Brasil. Acho que, se o
jovem é alienado hoje, é porque é burro. Atualmente existe muito mais
informação. (1994)
[ Acho muito fácil as pessoas sentarem suas bundas gordas na cidade e
ficarem definindo a juventude. Não tenho que saber como é a cabeça
do jovem. Tenho é que, como cidadão, ajudar as pessoas que vêm depois
de mim a terem uma oportunidade. (1994)
JUDY GARLAND
[ Antes, só o Cazuza e o Lobão saíam no jornal. De repente, eu virei a
Judy Garland do rock. (1993)
JUÍZO
[ Eu acho que a maior falta de juízo é discutir com alguém que não
tem juízo. É sempre aquela coisa de você ter que ficar pacientemente
mostrando: "Gente, não é por aí". (1987)
147
JULGAMENTO
[ O que mais me incomoda é quando as pessoas exigem certas coisas
que são o oposto do que você está fazendo. Essas coisas do tipo concurso
para banda de rock, como as gravadoras estão fazendo. Me diz: você
está fazendo rock'n'roll, vai se submeter a julgamento organizado? Isso
prova que as pessoas não sabem direito onde estão pisando. Se você
está trabalhando seriamente — aquele sério bom —, vai correr atrás da
informação. (1987)
'JUNKIE'
[ Todo mundo quer que Renato Russo vire junkie. Não vou fazer isso.
Não, mesmo. (1987)
[ Definitivamente, não quero mais saber de viagens depressivas; o viver
pela arte não é tanto assim. Isto me assusta. As pessoas só se interessam
pelo seu trabalho a partir do momento em que você se acaba com ele.
Foi assim comigo, logo depois de gravar o Dois. As pessoas diziam: "É o
junkie do rock brasileiro". Chega. (1989)
148
Nenhum comentário:
Postar um comentário