O blogue reproduz o artigo do ex-governador Zé Reinaldo Tavares, dessa terça-feira, dia 23, nas páginas do Jornal Pequeno.
Nota do blogueiro: aprecio as palavras do nosso líder político, embora não possa entender como consegue permanecer até agora com as mesmas convicções sobre o prefeito João Castelo, que para todos nós da oposição sempre será uma incógnita, sobretudo em tempos de eleições (atuais e futuras).
Mudanças
Mudanças estão ocorrendo com rapidez tanto no que se refere à eleição
deste ano para prefeito quanto no quadro desenhado de candidatos para a eleição
de governador em 2014. Se os problemas de saúde que acometem Lobão o impedirem
de disputar o governo do estado daqui a dois anos, o quadro mudará bastante.
Considerado o de melhor desempenho eleitoral junto com Roseana Sarney no grupo
governista, o seu impedimento automaticamente direciona a candidatura para o
atual Chefe da Casa Civil Luís Fernando, candidato preferido de Jorge Murad e,
consequentemente, também da governadora. Acontece que ele tem baixa penetração
e aceitação na classe política e isso é uma imensa dificuldade para o êxito de
uma candidatura ao governo do estado.
E essa é uma eleição muitíssimo importante para o grupo Sarney, já que o
senador dificilmente tentaria um novo mandato para o senado, local onde foi
buscar a fonte de seu imenso poder. Assim, o governo do estado seria uma forma
de continuar a ter poder. Certamente, haveria pessoas para lembrar que não
seria bem assim, pois a presença da família no senado poderia ser com Roseana,
que teria então a missão de manter o poder do clã na esfera federal.
Acontece que Sarney é insubstituível pelo grande relacionamento que tem
com pessoas muito influentes em todos os poderes da República, não só
conquistado no período em que exerceu a presidência do país, como também como
presidente do Senado Federal, cargo exercido várias vezes. Também conta a
influência do poder que passou a deter em todos os governos do PT, com a
amizade muito forte que desenvolveu com Lula, quando este exerceu o seu
primeiro mandato. Com efeito, ninguém pode substitui-lo, nem Roseana, que nem
de perto tem a habilidade, a inteligência, as amizades e a confiança destas. É
insubstituível. Desta forma, sua saída do senado significaria o declínio de
tanto poder pessoal.
Acontece também que, se Lobão não puder ser o candidato do grupo no
poder, Roseana seria obrigada a permanecer no governo até o final,
principalmente porque não construiu uma solução que permitisse a sua saída do
governo para ser candidata, deixando uma pessoa leal e competente em seu lugar.
O assunto então ganhou grande complexidade e agora não há como ser modificado.
Talvez ela na verdade não quisesse mais ser candidata a nada, tal a sua
apatia no desempenho do seu governo. Seja qual for o motivo, para tentar vencer,
ela teria que permanecer na chefia do governo até o fim, se, repito, Lobão não
for o candidato.
Então quem seria o candidato? Nesse caso, imagino que tudo favorece o
senador João Alberto, eleito em 2010 e dono do maior cacife eleitoral depois de
Roseana e Lobão entre os membros do grupo governista. Gastão é falado, mas não
tem a densidade política e nem a confiança dentro do grupo desfrutada pelo
senador. Além disso, este controla com mão forte o PMDB, partido de Gastão. Então...
Mudando de assunto, a oposição a Castelo cometeu um erro enorme ao
acreditar que o prefeito nada tinha feito na prefeitura. Castelo na verdade fez
um trabalho excelente nesses anos. Quando foi ao segundo turno, passou a dispor
de tempo suficiente para mostrar o seu trabalho e isso o sustenta. O povo dos
bairros que foram muito beneficiados o abraçam com carinho e veem nele a pessoa
que melhorou a vida de milhares de pessoas. É comovente como as pessoas dizem
que ele não pode perder.
Os bairros mais consolidados viram a cidade ficar sem buracos, ganhar
novas avenidas e o início de obras estruturantes muito importantes. O corredor
de transportes, a Litorânea, o VLT, as obras de revitalização do centro
histórico, o grande trabalho que está sendo realizado na área cultural...
Enfim, obras muito importantes para a modernização da cidade estagnada há
tantos anos e que são fortes atributos da administração de Castelo.
A prefeitura não tem um grande orçamento e as promessas que foram feitas
pela oposição são, em grande parte, inviáveis. A proposta do bilhete único,
como prometido com tanta ênfase pela oposição, simplesmente não pode ser
executada. A prefeitura de São Paulo, por exemplo, gasta em subsídios mensais
ao sistema 800 milhões de reais por mês. Como copiar isso aqui?
Castelo é um administrador experiente de grandes obras e desafios e sabe
o que esta fazendo. Com ele, nada vai parar e em 2016 a cidade será outra
muito melhor para todos os moradores. Com a oposição, dada a falta de
experiência de quem nunca administrou nada, temo que tudo será paralisado,
usando as desculpas mais variadas. Com isso, a cidade e sua modernização
pararão.
Flávio Dino vai enfrentar um grande risco, principalmente se o seu
candidato vencer, porque, com a paralização das obras e atividades em execução,
e sob o bombardeio do Sistema Mirante, que o culparão de tudo de ruim... Por
isso, tal a sua exposição, indesmentível junto ao seu candidato, poderá ter que
enfrentar grandes prejuízos em 2014. E ver crescer uma grande rejeição.
Talvez para ele fosse melhor perder agora...
E pensar que tudo isso poderia ser evitado.
Nota- Não dá para entender. Alega não ir ao debate da Guará porque a
empresa seria de um amigo de Castelo. Uma desculpa mais do que esfarrapada. No
dia seguinte cancela o debate da Ribamar que é de seu vice. Isso é terrível
para a sua campanha pois mostra que o candidato não tem preparo para enfrentar
um debate. Péssima credencial para quem quer ser prefeito de São Luís.

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