sábado, 9 de junho de 2012

Aziz abandona PDT próximo de importante eleição





Carta de Aziz Santos demostra que alguma coisa grave está acontecendo com sua legenda, o PDT.
Este seria o feito da falta de entendimento entre os membros de um grande partido político de nosso estado.

Alguma coisa muito séria estaria acontecendo com o PDT maranhense, um partido com centenas de seguidores, com eleitorado garantido, que fez a diferença em todas as disputa eleitorais da cidade. Lamentável que o partido fundado pelo ex-governador, Jackson Lago, apontado como o melhor prefeito que São Luís já teve, tenha um desfecho desses.  

Ao que tudo indica, outro pedetista histórico decidiu abandonar o partido num importante momento político, atitude, essa, que, para os militantes seria impensável em outros momentos. O pior: tudo  indica que esta não é uma ação isolada, espera-se, em breve, que outros militantes tomem o mesmo posicionamento de esvaziar a legenda.



Fiquem abaixo com a carta de desfiliação do pedetista Aziz Santos:



São Luís, 08 de junho de 2012.

À Comissão Provisória Estadual do PDT

Nesta

Senhores Dirigentes,

Na última reunião política que participei sob a liderança do ex-
governador Jackson Lago, na casa do companheiro Clodomir Paz, na
véspera da viagem que fez a São Paulo para tratamento de saúde, de onde
voltou sem vida, disse a ele que o PDT Nacional já não tinha projeto de
poder, que se transformara num partido de aluguel, tanto que, em minha
opinião, se o Serra tivesse sido eleito Presidente, a Direção Nacional o
buscaria para entregar-lhe a legenda em troca de favores.
Na sequência, sugeri que, sob sua liderança, saíssemos todos do
PDT em busca de um partido mais próximo dos nossos ideais, tendo o
cuidado de afirmar que, se a minha sugestão não tivesse acolhida,
continuaríamos com ele, Jackson Lago, na luta e na mesma trincheira
partidária, ainda que ela já tivesse perdido a razão de existir dignamente.
Do alto de sua experiência, o companheiro Jackson nos disse que já não
tinha idade para isso. Passou-nos, então, as suas últimas orientações sobre
como deveríamos conduzir o Partido na sua ausência.
A propósito, a historiadora Marly da Silva Motta, da FGV, declarou
recentemente que o PDT “manteve o nome, mas perdeu a alma”,
desaparecida esta com a morte de Brizola.

O PDT foi o único partido político da minha vida. No entanto, sinto
que chegou a hora de pôr fim à agonia de permanecer num corpo sem
alma. A principal razão de comunicar a V. Sas. a decisão de afastar-me
desta agremiação partidária, para a qual dei a minha humilde parcela de
contribuição ao longo dos últimos 26 anos, é a já exposta. Sozinha, já seria
suficiente para esta tomada de decisão. Todavia, ela não está solteira. Os
últimos acontecimentos envolvendo o Partido a nível local embrulham-me
o estômago. Não me sinto representado pelos atuais dirigentes, até pela
forma antidemocrática como assumiram a direção partidária. Cansei de
dialogar e de mostrar que o caminho tomado não interessa à democracia
interna do PDT, nem às forças progressistas do Estado. Assim, antes que
nos aconteça o pior, tomo a decisão de afastar-me do estéril rumo que a
agremiação insiste em trilhar. Em ponto menor, existe ainda outra razão
para o meu afastamento, adiante descrita. (Devo informar que esta decisão

foi transmitida pessoalmente a Dra. Clay Lago, por quem nutro especial
admiração, respeito e gratidão).
Trata-se das dívidas remanescentes do PDT. Devo relembrar-lhes
que elas foram constituídas ao longo de nossa caminhada e junto a
parceiros que sempre estiveram conosco na luta pela redemocratização do
Maranhão. Como sempre acontecia, o signatário as contraía, em nome do
Partido, por autorização do seu então Presidente Dr. Jackson Lago. Os
credores ainda hoje me perguntam se/e quando vão recebê-las. Perguntam
a mim, e a ninguém mais, justamente porque fui o avalista moral das
avenças. Sempre lhes respondi que tivessem paciência, pois que o nosso
Partido era uma agremiação séria e nada afeita a calotes. Continua sendo?
Conhecem a natureza das dívidas, entre outros, os companheiros Clodomir
Paz, Chico Leitoa e Antonio Carlos Lago, que tudo fizeram para resolver
as pendências.

Não poderia afastar-me sem dizer-lhes que, há cerca de dois anos e
mais, venho sendo acusado de três coisas dentro do PDT: de incompetente;
de mandar no governo do saudoso companheiro Jackson Lago; e de
improbidade. Em relação à incompetência, a minha vida profissional fala
por mim – são 47 anos de trabalho em várias frentes; sobre mando de
governo, quero dizer que jamais tomei uma decisão sequer que não tenha
sido autorizada pelo ex-prefeito e ex-governador Jackson Lago. Só mesmo
quem não conheceu o Dr. Jackson é que pode pensar que alguém se
sobrepunha à sua marcante autoridade; sobre insinuações maledicentes e
cínicas de improbidade no trato da coisa pública, chegou a hora de dizer a
quem possa interessar (militantes e/ou dirigentes partidários): ofereçam
provas de um único ato de improbidade que eu tenha praticado em meus 47
(quarenta e sete) anos de trabalho. Não precisam dois, basta um. Não vão
encontrar.

Ah! A Gautama, processo em que o Jackson Lago, Zé Reinaldo,
Wagner Lago, eu e tantos outros fomos indiciados. Espero há 5 (cinco)
anos que a Justiça me convoque para eu oferecer a minha defesa. Processo
sem pé e sem cabeça, armado pelos nossos inimigos para macular a honra
dos que se mantêm de pé. O Dr. Jackson morreu e não teve a oportunidade
de se defender.

A minha contribuição para a democratização e o desenvolvimento
do Maranhão vai continuar a ser dada, ao lado das oposições, ao meu modo
e dentro de minhas possibilidades, independentemente de estar militando
em partido.
No PDT construí amizades que muito prezo. De minha parte, tudo
farei para mantê-las.
Afasto-me sem dor nem saudades. Simplesmente, afasto-me.

Abdelaziz Aboud Santos.

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