segunda-feira, 16 de abril de 2012

Jornalista calados e políticos blindados...


Falar a favor é fácil, o difícil é levantar sua voz contra um governo que todos tentam blindar.
Muita coisa errada que está acontecendo no Maranhão hoje, poderia ser evitada, não fosse à omissão da grande maioria dos deputados de um parlamento composto nada menos de 42 deputados, que se servem do dinheiro publico, apenas para concordar com um sistema de governo. Alem disso, os jornalistas parecem estar de bocas caladas!
Sobre este assunto, o jornalista Manuel Santos (Jornal Pequeno) destacando o trecho do livro de Bernardo Almeida publicado no ano de 1989. “Éramos felizes e não sabíamos” nos dá um entendimento daquilo que se tornou ‘a Casa do Povo nos dias atuais.
Ser oposição nesse contexto tornou-se o mesmo que remar contra a maré. A julgar pelos últimos acontecimentos mostrados pela Rede Globo, será que teremos que cotar com os jornalistas de fora? Quero alinhar aqui, o meu pensamento ao do Manuel Neto, quando falou do atual líder da oposição, Marcelo Tavares.
Aproveito para deixar aqui, meu descontentamento com os outros da oposição que foram citados no texto, desses, poucos são vistos subindo à tribuna para fazer denuncias.
Fiquem com o texto do Manuel Neto:









Quem teve a chance de ler o livro de memórias de Bernardo Coelho de Almeida – “Éramos felizes e não sabíamos” – tem a convicção de que está ali o valioso depoimento de quem foi uma testemunha privilegiada da história recente do Maranhão.
Deputado estadual em três legislaturas consecutivas (1963 a 1975), pertenceu ao Partido Libertador, de Raul Pila, e foi um dos fundadores do MDB.    
Como fundador e diretor artístico e administrativo da Rádio e TV Difusora, escreveu, durante mais de 20 anos, diariamente, a inesquecível “Crônica da Cidade” (reunida no livro “Galeria”) e “A Difusora Opina”, editorial que exerceu extraordinária influência na opinião pública maranhense.
Com seu livro ‘Éramos felizes e não sabíamos’, Bernardo Almeida trava com o leitor uma conversa afetuosa, avivando antigas saudades, na recordação de horas antigas e de amigos comuns. Em uma das passagens de seu livro primoroso, ele assinala que havia no Brasil uma crise de líderes, crise de tribunos, crise de estadistas novos.
E denuncia a pobreza intelectual que começava a invadir as Redações dos jornais em circulação em São Luís. Com saudosismo, ele recorda que, em seu tempo, havia “grandes homens”, até nas Redações.
Eram os “grandes jornalistas”. O moço Bernardo Almeida ouvia dos mais velhos: “Está vendo aquele ali? É fulano. Jornalista de mão cheia. Grande jornalista”. E caprichava-se na pronúncia da aparatosa palavra grande: “grrraaaannnde”.
Em tom aborrecido, Bernardo Almeida confessa seu desencanto com a política e chega a perguntar por onde andam os grandes homens do Maranhão. Um fato curioso é que, no início deste mês de abril, o senador Pedro Simon, considerado a grande referência moral do Congresso, concedeu uma entrevista à revista Veja na qual afirma que os grandes homens já morreram.
Diz ele: “Os bons homens se foram: Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Teotônio Vilela, Miguel Arraes, Mario Covas. Se esses tivessem ficado e outros tivessem morrido, o Brasil seria diferente”
Com a experiência de quem há mais de 20 anos faz cobertura jornalística na Assembléia Legislativa, na condição de repórter e redator, já tive a chance de assistir a grandes lances da política maranhense, muitos deles protagonizados por políticos da estirpe de Haroldo Sabóia, Conceição Andrade, Juarez Medeiros, Benedito Coroba, José Costa, Luís Vila Nova, Domingos Dutra, Luiz Pedro, Domingos Paz, Pastor Pedro Alves, Afonso Manoel, Joaquim Haickel e Helena Barros Heluy, dentre tantos outros.
No enfrentamento contra os governistas, vale assinalar o desempenho de Haroldo Sabóia (Oposição pra valer), impetuoso e com seus rasgos veementes; Aderson Lago (Oposição sem medo), brilhante na tribuna, com a capacidade de desconsertar o adversário, deixando-o imobilizado e o plenário sob um absoluto silêncio.
Também Ricardo Murad, duro e contundente, a contragosto tornado líder de oposição (“Eu me preparei foi para ser governo”, dizia ele à época do combate contra a gestão de Jackson Lago); Edivaldo Holanda, organizado, metódico e incisivo, e agora Marcelo Tavares, prudente, moderado e cauteloso, que segue uma linha serena, com o senso da responsabilidade de quem já exerceu a presidência da Casa.
Percebe-se que, exatamente por essa razão, ele busca fazer uma oposição objetiva, direta, responsável, no enfrentamento da bancada que dá sustentação ao governo de Roseana Sarney. Sabe-se o quanto é dura a missão de ser líder de uma minoria que, quase sempre, dá a impressão de ser o ofício de quem rema contra a maré.
E é nesta circunstância que Marcelo Tavares, com altivez e desassombro, enfrenta a esmagadora maioria governista. Por vezes parece sozinho, mas não está só. Ele tem a seu lado Rubens Pereira Júnior, Cleide Coutinho, Gardênia Castelo, Bira do Pindaré, Eliziane Gama, Neto Evangelista, Luciano Leitoa, Valéria Macedo, Carlinhos Amorim e Graça Paz.
Líder da Oposição é uma função que só pessoas de coragem podem exercer. Só pessoas de coragem e respaldo podem exercer. Mas não basta a coragem. O requisito da competência é indispensável. Evidentemente, há um preço a ser pago por isso, como no recente episódio em que Marcelo foi acusado de comandar um suposto “esquema” de desvio de tíquetes alimentação de servidores da Assembleia.
Foi uma tentativa vã e o resultado foi inverso. Marcelo ganhou manifestações de apoio de jornalistas, servidores da Casa e até mesmo de onde não esperava: deputados governistas com ele se solidarizaram, tanto com discursos na tribuna, quanto com manifestações reservadas no plenário.
Portanto, a boa notícia é que Marcelo cresce a cada dia. Reage, de forma equilibrada, às tentativas de constrangê-lo e às manobras dos que querem calar e intimidar a bancada oposicionista. E se afirma, com perseverança e trabalho dedicado, na trincheira das grandes lutas do povo do Maranhão.

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