segunda-feira, 20 de junho de 2011

Provocações não-intencionais

Do blog do Antonio Lisboa
Por: Rossini Carlos.

Ultimamente tem-se falado bastante em aumento salarial, melhores condições de trabalho dentre algumas outras coisas de certa forma importantes para o bom desempenho das tarefas diárias do dever policial militar.

Bem, eu particularmente não me sinto completamente partidário de tal idéia e explico: como posso ser eu partidário de uma idéia que beneficia igualmente um policial militar que nunca ou quase nunca tirou um serviço operacional? Como equiparar em “nível de risco” um PM que está no seu serviço administrativo de segunda a sexta e está em casa todo final de semana, feriado, enforcamento e datas de grande demanda por segurança nas ruas enquanto o restante da tropa é sacrificada em suas escalas de serviço tanto pela real falta de efetivo [um problema de gerenciamento do Estado] quanto por estar “cobrindo” uma lacuna deixada pelos que estão baixados, em férias [que algumas vezes são sacrificados pela falta de efetivo], em licença prêmio e por todos aqueles que se resumem apenas ao serviço administrativo?

Como posso concordar que um policial ganhe mérito operacional quando está lá em seu serviço de gabinete, no bom e velho ar-condicionado quando muitos estão nas ruas matando para não morrer como aconteceu com um amigo de pelotão, onde em uma ocorrência ele e o sargento tiveram que tirar a vida de um ser humano que mesmo sendo infrator era um homem? Este mesmo amigo cujo único apoio recebido foram algumas sessões no CAPS e mais que isso, de seus amigos mais próximos e familiares que fizeram o possível para que ele internalizasse o ocorrido e voltasse à sua vida normal já que ele está do “lado certo”. Afinal, qual lado é o certo numa sociedade tão hipócrita?

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