terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Sarney diz que conversa captada por grampo foi 'de pai para filho'

BRASÍLIA - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem que foi no contexto de uma conversa "de pai para filho" a menção que fez à Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Interceptação telefônica feita pela Polícia Federal em abril do ano passado, com autorização da Justiça, captou uma conversa entre o senador e seu filho Fernando Sarney.

No diálogo, o presidente do Senado pergunta ao filho, que é empresário, se ele havia recebido informações da Abin, supostamente sobre um processo judicial que, então, corria em sigilo."Foi uma conversa de pai para filho, que não tem absolutamente nada, na qual estou recomendando a ele que se defenda. Inclusive, eu não lembro de ter falado em Abin.

Acho uma coincidência muito grande que no momento de uma disputa eleitoral (pela presidência do Senado), essas notícias apareçam.Na gravação de 3 minutos e 32 segundos, no dia 17 de abril do ano passado, Fernando pergunta ao pai se há alguma novidade sobre "aquele meu negócio", que seria um processo sigiloso protocolado na 1ª Vara da Justiça do Maranhão.

Sarney responde: "Não, até agora não me deram nada." Fernando prossegue: "Muito bem, mas eu aqui já tive notícia, aqui do Banco da Amazônia." O senador pergunta: "É, né. Da Abin?" E o filho responde: "Também."A PF informou que a menção à Abin não foi suficiente para abrir uma investigação específica a fim de apurar se agentes do órgão passaram para a família Sarney informações sobre uma operação policial em andamento.

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