sábado, 7 de fevereiro de 2009

O Estado de São Paulo

Abin é suspeita de avisar família Sarney sobre processo sigiloso
Em grampo, senador pergunta ao filho se recebera informações sobre ação judicial; PF acha menção à agência insuficiente para abrir investigação


Felipe Recondo
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Uma interceptação telefônica feita pela Polícia Federal em abril do ano passado, com autorização da Justiça, captou uma conversa entre o senador José Sarney (PMDB-AP) e seu filho Fernando Sarney.

No diálogo, o presidente do Senado pergunta ao filho, que é empresário, se ele havia recebido informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), supostamente sobre um processo judicial que, então, corria em sigilo.

Na gravação de 3 minutos e 32 segundos, no dia 17 de abril do ano passado, Fernando pergunta ao pai se há alguma novidade sobre "aquele meu negócio", que seria um processo sigiloso protocolado na 1ª Vara da Justiça do Maranhão. Sarney responde: "Não, até agora não me deram nada." Fernando prossegue: "Muito bem, mas eu aqui já tive notícia, aqui do Banco da Amazônia." O senador pergunta: "É, né. Da Abin?" E o filho responde: "Também."

A PF informou que a menção à Abin não é suficiente para abrir uma investigação específica a fim de apurar se agentes do órgão passaram para a família Sarney informações sobre uma operação policial em andamento. De acordo com delegados ouvidos pelo Estado, essa foi a única citação da Abin nas várias horas de gravações feitas, por isso dizem não ser possível levantar suspeitas sobre a participação de seus agentes nesse episódio.

O suposto vazamento de informações pela agência seria sobre a Operação Boi Barrica, em que a PF investiga a possibilidade de uma empresa de Fernando Sarney estar envolvida com esquema de financiamento ilegal na campanha eleitoral de 2006. Tal suspeita foi suscitada pelas interceptações telefônicas e pelo comportamento das pessoas envolvidas depois de informadas da existência de uma operação policial, segundo ofício encaminhado pela PF à 1ª Vara Criminal de São Luís, onde o caso é investigado.

No documento, a PF informa que, a partir do momento em que o inquérito foi protocolado, tiveram início "condutas suspeitas por parte dos investigados". A começar, continua o ofício, por outra ligação que Fernando recebe do pai.

De acordo com o ofício, Sarney determinou ao filho que voltasse a Brasília imediatamente. "Detalhe: Fernando havia deixado Brasília no dia anterior", ressalta o documento encaminhado à Justiça. Depois, Fernando recebe outras ligações com o mesmo intuito: chamá-lo imediatamente à capital federal.

Em uma dessas conversas interceptadas, Fernando liga para sua secretária e ordena que ela esvazie as gavetas de sua mesa, coloque tudo numa caixa e guarde em local seguro. Em caso do cumprimento de um mandado de busca e apreensão, como foi deferido pela Justiça, a PF nada acharia. Os policiais tentaram descobrir para onde foram levados esses documentos, mas não conseguiram.

As suspeitas sobre o vazamento de dados da Operação Boi Barrica levaram a Polícia Federal a abrir inquérito específico para apurar possíveis responsabilidades. As investigações ainda não foram concluídas.

3 comentários:

Anônimo disse...

É muito fácio o sarnento falar que ninguem tem nada pra falar dele, atuando os bastidores, comprando sentenças, corroendo juizes, taí, agora queremos ver, se a justiça será calada...
Será que foi par isso, que tanto queria a presidencia do senado???

Anônimo disse...

É muito fácio o sarnento falar que ninguem tem nada pra falar dele, atuando os bastidores, comprando sentenças, corrompendo juizes, taí, agora queremos ver, se a justiça será calada...
Será que foi par isso, que tanto queria a presidencia do senado???

Anunciação disse...

Tudo isso é muito nojento.Até quando teremos essa sarna adoecendo todo lugar por onde passa,meu Deus?