O senador Edison Lobão (PMDB-MA), cotado para assumir o Ministério de Minas e Energia, é alvo de investigação da Procuradoria Geral da República por suspeita de ter ordenado desmatamento em área de preservação ambiental em Brasília.
O caso foi encaminhado à Polícia Federal, e a tramitação ocorre no Supremo Tribunal Federal. Ele nega ter ordenado o desmatamento de sua propriedade. "Se há uma pessoa incomodada com isso sou eu, pois sujeitos estranhos estão entrando ali todo o dia, andando para lá e para cá de automóvel. E eu que sou processado", disse.
Segundo parecer do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, foram desmatados 700 metros quadrados de área que integra um terreno do senador e que está inserida na Área de Preservação Permanente do Lago Paranoá. "Justifica-se a permanência dos autos nesse STF, já que, em princípio, o delito ambiental investigado teria ocorrido em área que parece pertencer ao parlamentar", escreveu.
De acordo com depoimentos colhidos pela Polícia Civil, a limpeza do terreno, no Lago Norte, região nobre de Brasília, foi ordenada por José Bina, servidor do gabinete do senador.
Bina afirmou à polícia que estava presente quando o serviço foi executado, limitando-se ao interior do terreno. Acrescentou que a limpeza havia sido determinada pela administração do Lago Norte, subordinada ao governo do Distrito Federal.
"De fato, a Administração Regional do Lago Norte orienta os proprietários de lotes não edificados a conservá-los limpos, sob pena de multa. Isso não significa que os responsáveis pelos lotes estejam livres para desrespeitar as normas de proteção ao meio ambiente", disse Antonio Fernando. Ele afirmou que é preciso averiguar se Lobão soube do crime.
Bina disse à Folha que mandou limpar o terreno porque pessoas desconhecidas teriam jogado entulho na área verde da propriedade. "O pessoal toca fogo na área verde lá, faz o diabo e ninguém faz nada. Só porque um pedaço, que estava com entulho... Aí vêm [as autoridades] com essa palhaçada." Ele disse que foi dele a iniciativa de limpar o terreno, pois é sua atribuição cuidar da propriedade, mesmo sendo funcionário do gabinete.
"Comprei há 30 anos o terreno. Pescadores de fim de semana entraram e iam pescar no lago e aquilo foi fazendo um caminho de automóveis. Mandei cercar o terreno. Como não vai ninguém lá nunca, derrubaram a cerca e continuaram a entrar. Daí, alguém denunciou e disse que estava havendo um atentado ao meio ambiente", disse o senador.
"Estão invadindo o meu terreno. Eu é que sou o ofendido. É uma completa bobagem. Estou inclusive esperando terminar essa coisa para ver o que tenho de fazer." (LEONARDO SOUZAda Folha de S.Paulo, em Brasília )
3 comentários:
Com a possibilidade concreta de um novo apagão elétrico em 2008 por causa da falta de chuvas nas principais hidroelétricas, nosso prevenido futuro ministro está derrubando a reserva para juntar lenha e garantir uma opção energética para a indústria não parar. Isso é que é bom exemplo de cidadania e amor ao Brasil
Caro Ricardo, não tem muito a ver( e tem!) com o tema do post mas acho oportuno divulgar os raríssimos casos de bom exemplo dados por cidadãos anônimos e humildes nesse momento em que a bandalheira reina no País, com políticos abutres e empresários rapinas esfolando o restinho da carcaça ética e moral do Brasil. A noticia está no site Terra:
Brasil - 17h20 - O caminhoneiro Valdir Costa dos Santos, 41 anos, chora em Promissão( pena que não consegui pegar a foto), interior de São Paulo. Ele passou dois dias procurando o dono de uma bolsa com R$ 17 mil que ele encontrou em um posto de combustíveis. Santos conseguiu devolver o dinheiro para o dono e pediu apenas uma oração como recompensa
Meu caro Ricardo,
Se Lula não fosse refém do PMDB e quizesse moralizar o seu governo não cairia na esparrela de nomear para ministro um senador que está sendo processado por violar as leis do país.
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