Uma frase do dramaturgo alemão Bertolt Brecht sintetiza muito bem o desafio posto ao PT: “O que é, exatamente por ser tal como é, não vai ficar tal como está”.
Em primeiro lugar, e é bom que se diga, não será o companheiro Dutra o grande ‘salvador’ para redimir o PT maranhense dos seus pecados - que são muitos, diga-se de passagem.
Aliás, nem de um ‘salvador’ o PT precisa, o que o partido está precisando urgentemente é um choque político-ideológico que lhe assegure a condição de um dos partidos mais importantes do estado.
No primeiro turno votei em Augusto Lobato, pois entendo que o partido necessita de mudanças em seus quadros de dirigentes.
Há anos o PT vem sendo presidido por companheiros da ‘velha guarda’, e um representante das novas gerações de petistas seria salutar. Não deu para chegar ao segundo turno, mas a responsabilidade e os propósitos que moveram a chapa ‘refazendo o amanhã’, encabeçada por Lobato, nos obrigam agora a acompanhar a candidatura do companheiro Dutra.
Não se trata aqui de uma questão pessoal ‘pró-Dutra’ ou ‘anti-Washington’, uma eleição como essa é muito importante para as escolhas serem limitadas em termos de simpatias ou antipatias pessoais. Não, a questão é de fundo, é política, estamos tratando sobre que projeto político-partidário queremos para o PT.
De um lado temos a candidatura de Washington, uma candidatura que encarna a figura do PT chapa branca, acrítico, pobre de análise, com pouco ou nenhum zelo pela autonomia do partido em relação ao governo federal. Uma candidatura cujo único compromisso é dizer ‘sim senhor’ para todas as ordens que vêm de Brasília, mesmo que essas desmoralizem e apequenem a nossa representatividade social e política aqui no Maranhão, como ocorreu nas eleições de 2006.
Do outro lado, à esquerda, a candidatura Dutra. Essa sustentada em bases mais programáticas e em princípios que nos remetem ao que um dia foi um PT de luta, de massas e socialista. Uma candidatura de alguém cuja biografia incomoda os poderosos de fora e de dentro do PT.
Uma candidatura que coloca o partido onde ele obrigatoriamente deve está, que é ao lado dos pobres, dos excluídos, dos trabalhadores do campo e das cidades.Votar em Dutra para presidente do PT é, ao menos, a garantia de que o partido continuará firme no seu propósito de ajudar o governo Jackson Lago a mudar o Maranhão e manter-se na trincheira de luta contra o retorno do atraso.
Erros políticos, equívocos eleitorais os ‘magovéio’ de Saco das Almas já cometeu e não foram poucos, mas ainda é a melhor opção que os petistas têm,caso não desejem ver o partido hipotecado aos interesses daqueles que não admitem um PT livre e democrático.
São duas candidaturas que representam formas distintas de fazer política. O resultado demonstrará qual PT teremos para os próximos dois anos. Parece pouco, mas em se tratando de política, dois anos são uma eternidade.
O companheiro Dutra deve e merece continuar a frente do partido, pois o seu nome representa a possibilidade de reconstrução do partido a partir das suas bases. Também recai sobre o companheiro a certeza que o partido continuará apoiando o governo de libertação comandado por Jackson Lago e a própria continuidade do sentimento de consolidação da Frente de Libertação do Maranhão.
E mais importante do do que simplesmente o nome do Dutra, é o que a sua candidatura representa politicamente para dentro e para fora do PT. Ao contrário da pusilanimidade que caracteriza a outra candidatura, as forças que apóiam a candidatura Dutra estão firmes e convictas de que nunca estivemos politicamente tão corretos como agora.Não podemos retroceder, jamais! (*) Membro do PT
Por Robert Lobato (JP 15/12/07)
Um comentário:
COLETIVA DE IMPRENSA COM DUTRA, vc vai? postei a parcial da eleição do PT em meu blog: http://jornalistadosol.blogspot.com
abçs
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