sexta-feira, 19 de abril de 2013

Época: Um passeio pela Sarneylândia


Após 15 anos de afronta à constituição, leis e justiça, também da santa paciência da população, o nome do político maranhense José Sarney deixará de ocupar a fachada do Tribunal do Trabalho da capital do MA (TRT da 16ª Região).
Mas não foi apenas esse caso, a justiça (antes tarde do que nunca) já conseguiu impedir que o culto ao ex-presidente Sarney dê continuidade, além de José Sarney, sua filha teve recentemente o nome de uma escola no município de Matões do Norte, e também de um importante Tribunal do Maranhão, o TCE, onde são julgadas as contas das prefeituras, retirados das fachadas.
Prefeito de Matões do Norte foi obrigado a mudar nome de escola
Prefeito de Matões do Norte foi obrigado a mudar nome de escola
Veja aqui:
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 Revendo uma reportagem da Revista Época,  que mostrou ao Brasil inteiro os absurdos praticados por uma família de políticos que se julgam ser donos do Maranhão:
Fiquem com as imagens da vergonha: veja nas imagens abaixo, retiradas das páginas da Revista Época:
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A Revista Época divulgou reportagem falando sobre os nomes da Família Sarney nos edifícios, escolas e vários outros pontos da cidade, com um crítica que diz ser "difícil andar por São Luís e não esbarrar com placas e letreiros com o sobrenome Sarney". Em apenas um dia, ÉPOCA encontrou 12 lugares em São Luís que levam o nome de alguém da família Sarney.

Confira na íntegra a reportagem: 

O plenário da antiga sede da Assembleia Legislativa do Maranhão, no centro de São Luís, ostentava em suas paredes dois símbolos que contam muito sobre a história do Estado. De um lado, ficava um crucifixo, símbolo católico comum em repartições públicas brasileiras. No lado oposto, na mesma altura do crucifixo, havia um letreiro dourado com a frase “Não há democracia sem Parlamento livre”, assinada pelo senador José Sarney (PMDB-AP), ex-presidente da República e ex-governador do Maranhão.

Em novembro do ano passado, a Assembleia mudou de endereço. Trocou o antigo prédio da rua Egito por uma edificação maior, recém-construída num bairro distante do centro. Com a mudança, os deputados resolveram mexer na decoração do plenário. Sem alarde, optaram por não levar o crucifixo para o novo endereço, já que a presença da peça católica no local costumava render reclamações de ateus, evangélicos e pessoas sem religião. Dispensaram Jesus Cristo. No letreiro de Sarney, porém, ninguém ousou mexer. Sua frase foi reinstalada no novo plenário, exatamente como aparecia na antiga sede.

A presença do sobrenome Sarney em instituições públicas e privadas é comum no Maranhão. O campeão em homenagens é José Sarney, que virou até município. Presidente Sarney, no noroeste do Estado, tem cerca de 15 mil habitantes e Índice de Desenvolvimento Humano 0,555, patamar parecido com o de Gana, país africano que aparece na 135ª posição do ranking mundial. Roseana Sarney (filha), Marly Sarney (mulher), Sarney Filho (filho), Kiola Sarney (mãe), Sarney Costa (pai) e até Fernanda Sarney (neta) são alguns dos outros homenageados em ruas, travessas, escolas, edifícios, tribunais e vilas, na capital e no interior.   



Há poucos dias, a governadora Roseana Sarney (PMDB) enviou um documento ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) solicitando a retirada de seu nome da fachada da instituição. A ordem chegou após duas decisões do Tribunal de Justiça do Maranhão determinando a remoção dos nomes de políticos vivos dos logradouros públicos do Estado. Desde 2002, quando foi inaugurado, o nome oficial do prédio do TCE é Palácio Governadora Roseana Sarney Murad. É lá que os técnicos e conselheiros devem analisar a legalidade das contas da administração da própria Roseana. Poucos dias antes do pedido, o nome de Roseana já havia sido retirado da fachada do prédio, mas ainda é possível ver a marca do letreiro antigo na parede.

Roseana divulgou que passou o mesmo tipo de recomendação aos seus secretários e aos prefeitos do interior. Ela não quer mais ver seu nome estampado em instituições públicas. Se a mesma regra for aplicada em todos os locais que ostentam o sobrenome Sarney, os maranhenses terão que gastar muita tinta. Num passeio de apenas um dia por São Luís, um dos 217 municípios do Estado, ÉPOCA encontrou 12 estabelecimentos e logradouros batizados com o nome de alguém da família. 



















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