sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Caso Fernando Sarney X Estadão tem desdobramentos

Censura prévia

O empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anunciou em dezembro do ano passado, ter desistido da ação que move contra O Estado de S.Paulo, mas a censura imposta ao jornal e ao estadao.com.br há quase 200 dias continua. Liminar aceita em 31 de julho de 2009; pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) impede o jornal de publicar reportagens vinculando o nome de Fernando Sarney à Operação Faktor, antes conhecida por Boi Barrica, da Polícia Federal.

O jornal chegou a publicar transcrições de conversas gravadas pela PF, com autorização judicial as quais mostram claramente o envolvimento de Fernando Sarney, num esquema de propinas que há muito vinha lesando os cofres da nação, sobretudo no setor elétrico onde a família Sarney exerce forte influência há vários anos.

Por conta disso o respeitado jornalista e radialista Eduardo Homem de Carvalho, escreveu o seguinte comentário em seu blog:

Estadão: Parabéns ao jornal que NÃO se apequenou diante da censura

(Por Eduardo Homem de Carvalho)

A CENSURA imposta ao jornal “O Estado de São Paulo” pelo filhote do senador José Sarney, o poderoso empresário Fernandinho Sarney, durou, com o aval da justiça, enquanto foi conveniente pra ele.

Com isso o jornal amarga há mais de 180 dias de CENSURA aguardando que o processo seja julgado no mérito. Uma forma de sair por cima e mostrar ao Brasil que a lei precisa ser respeitada, e que não é um caciquezinho maranhense que vai calar o jornal por pura vaidade.

O simples fato do jornal ter rejeitado o arquivamento da censura é para mostrar que há meios de sair do esgoto sem ficar respingado na honra e principalmente na credibilidade - que é tudo para um jornal que respeita seus leitores.

Parabéns ao Estadão que sairá mais forte do episódio e vai esmagar seu algoz, tudo em nome da lei e da justiça, que cega, em alguns casos, tarda mais não falha…

Em nota, ANJ afirma que mordaça ao jornal afronta direito à informação

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) manifestou, ontem, em nota, que “sempre se posicionou contra essa ação de censura prévia, que afrontava o direito da sociedade ser livremente informada”.
No documento, assinado pela presidente da entidade, Judith Brito, a ANJ expressa a sua satisfação com a proposta de desistência, por parte do empresário Fernando Sarney, da ação movida contra o Estado que resulta, desde 31 de julho, na censura à divulgação de informações sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal.

A ANJ afirma, também, na nota que o fundamental é que “o livre exercício do jornalismo seja restabelecido em benefício dos cidadãos, que não devem ter tutelado seu pleno acesso às informações”.

Nos 141 dias sob censura, o Estado recebeu apoio das principais entidades internacionais e nacionais de defesa da liberdade de expressão. Se manifestaram contra a mordaça a Organização das Nações Unidas (ONU), a Associação Mundial de Jornais (WAN), a Sociedade Interamericana de Prensa (SIP), a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), a ONG Repórteres sem Fronteiras, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

Saiba mais, sobre os abusos dessa honorável organização sarneysista, clicando aqui:

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