Recém empossado no cargo, o governador da Paraíba, José Maranhão
(PMDB), já corre o risco de perder o mandato. O PSDB entrou hoje (26)
com um recurso contra expedição de diploma no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) do peemedebista e seu vice, Luciano Cartaxo. Maranhão
assumiu o cargo no mês passado, após o vencedor das eleições de 2006,
Cássio Cunha Lima (PSDB), ser cassado pela corte eleitoral.
O autor do recurso foi o senador Cícero Lucena (PSDB-PB). No texto,
ele sustenta que as eleições para o cargo de governador em 2006 foram
contaminadas por interferência de abuso do poder econômico por parte
de Maranhão. Na época do pleito, o peemedebista exercia o mandato de
senador, do qual renunciou para assumir o governo da Paraíba.
De acordo com o TSE, Lucena argumenta que o então suplente do
peemedebista, Roberto Cavalcanti (PRB), teria colocado “todo o sistema
de comunicação que possui” a favor da campanha de Maranhão. Exercendo
agora o mandato de senador, Cavalcanti teria o interesse direto na
eleição do titular do cargo na época. Cavalcanti é proprietário do
principal jornal do Estado (Correio da Paraíba), da Rede Correio de
Televisão (afiliada à Record nacional) e de emissoras de rádio.
Junto com o recurso, o senador anexou cópias de DVD com programas de
rádio e televisão que comprovariam “o comprometimento e a postura
tendenciosa” dos veículos de comunicação. Segundo o TSE, Lucena
argumenta que as empresas de Cavalcanti teriam sido utilizados para
divulgação maciça de notícias e matérias desfavoráveis e degradantes
sobre Cássio Cunha Lima, e também reportagens e noticiários elogiosos
e positivos em relação a José Maranhão. O relator do recurso no TSE é
o ministro Marcelo Ribeiro. (por Mário Coelho)
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