sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Para 'Economist', nomeação de Lobão sinaliza 'sobrevivência de clientelismo'

Segundo a revista, Lobão se tornou ministro por ser protegido de José Sarney.

A revista britânica The Economist classifica a nomeação de Edison Lobão para o cargo de ministro de Minas e Energia como exemplo da sobrevivência de "dinastias políticas feudais" no Brasil.

Em um artigo intitulado Wolf Pack - The survival of patronage politics (Bando de Lobos - a sobrevivência do clientelismo político, em tradução livre), a revista escreve que Lobão foi nomeado para a pasta "porque é protegido do senador José Sarney, um dos líderes dos Democratas, partido que o presidente Lula precisa para ter maioria no Senado".

Embora afirme que "essas dinastias políticas são menos comuns do que já foram no Brasil", a revista diz que "em locais com o Maranhão, os velhos hábitos sobrevivem".
"O clientelismo político é um fardo pesado para o contribuinte brasileiro.
E se as luzes se apagarem neste ano, o seu custo vai ser ainda mais pesado", diz a Economist, em uma referência a uma das principais tarefas do novo ministro, a de garantir o suprimento normal de energia elétrica no país, ameaçado por causa da falta de chuvas.

Ironia: A revista afirma que dados indicam que as chances de um novo apagão no Brasil nos próximos dois anos são de 20% e que o país depende fortemente das chuvas na região Sudeste nos próximos três meses para manter as usinas hidroelétricas funcionando normalmente.

"A falta de conhecimento (de Lobão) sobre o assunto não deve ser um problema, já que ele assegurou ao público que já começou a ler a respeito", diz o artigo, em tom de ironia.

Ainda no mesmo tom, a revista lembra que o nome do ministro "parece ter sido feito sob medida para o cargo", em uma referência ao descobridor da eletricidade, Thomas Edison.

Fazendo uma análise da carreira do novo ministro, o The Economist afirma que, como jornalista durante a ditadura militar, "Lobão escreveu artigos tão favoráveis aos generais que governaram o Brasil que eles o tornaram um congressista de seu partido".

Para a revista, Lobão teria ainda outras "manchas em sua trajetória", como a indicação do próprio filho, que "está sendo investigado por evasão fiscal", para ser seu suplente no Senado.

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Um comentário:

Francisco Bezerra disse...

Sarney? Líder do Democratas? Partido que o Governo precisa para ter maioria no Senado? Essa parte me deixou um pouco confuso...

O clientelismo é o câncer de nossa Democracia. Que só pode ser curado quando o Brasil tiver a coragem de expurgar de uma vez por todas os que adotam elas práticas em nossa política. Mas ele só vai poder fazer isso quando tiver consciência dessa doença, o que, sendo otimista, vai demorar um pouco.