terça-feira, 1 de janeiro de 2008

ENTREVISTA NA ÍNTEGRA

O jornalista Lourival Bogéa é o Diretor Geral do Jornal Pequeno há cerca de 25 anos em substituição ao seu pai Ribamar Bogéa, fundador mdo JP há 55 anos. Discreto, homem de poucas palavras, introspectivo, ele conversa um pouco mais quando se encontra em uma roda de amigos de muita confiança, geralmente ex-colegas de infância e faculdade.

Ele solta o verbo com desenvoltura quando escreve. Desde criança, sempre respirou e viveu o jornalismo que aprendeu no dia a dia com o pai e no curso de Comunicação Social da Ufma, onde se formou.

Como diretor do jornal, Lourival fez transformações marcantes: mudou o sistema de impressão de tipográfico para off set, a linha editorial policial foi transformada em mais informativa, e se engajou no processo político, fazendo do JP um veículo de combate frtontal ao grupo do senador José Sarney.

Para entender o que se passa na cabeça do Diretor do Jornal Pequeno, como são tomadas as decisões dentro da empresa, por que combate tanto o sarneisismo, NOSSA IMPRENSA escalou o jornalista Coelho Neto para entrevistá-lo. Leia a íntegra da entrevista a seguir;


1) Em 55 anos de existência, qual é, hoje, o verdadeiro papel do Jornal Pequeno na imprensa maranhense?
R – O papel de guardião dos verdadeiros interesses do povo maranhense. Não dos interesses que tentam induzir o povo a acreditar, mas dos reais e cristalinos interesses dessa coletividade consciente, que confia no Jornal Pequeno porque sabe que pode contar com ele na hora que realmente precisa. Como formador de opinião, creio que conseguiu e consegue exercer esse papel na imprensa maranhense.

2) Como era Ribamar Bogéa, fundador do JP? Como ele trabalhava, qual era o seu ritmo, como ensinava os filhos?
R – Um homem extremamente puro, de alma boa, às vezes ingênuo, até, mas de muita coragem e muita determinação. Leal, incapaz de dissimular, incapaz de fazer mal a ninguém. Fazia o que achava que estava correto fazer, e que colocava o Jornal Pequeno acima dele próprio. Um ‘monstro’ para trabalhar. Não tinha hora. Faltava editor, lá estava ele para substituir; faltava paginador, descia e paginava. Lembro uma vez que o jornal estava fechando e havia acontecido um acidente, mas o fotógrafo tinha ido embora. Ele pegou a máquina, entrou no carro, colocou-me do lado, e foi bater a foto no Socorrão. Quando ‘empastelaram’ o jornal, quebrando máquinas, bagunçando os tipos e tudo mais, num atentado supostamente a mando do ex-senador Alexandre Costa, no dia seguinte o JP estava nas ruas. Ele trabalhou até o amanhecer e o Jornal Pequeno saiu. E denunciando o atentado. Ribamar Bogéa ensinava os filhos com gestos. Falava pouco. Foram seus gestos o grande ensinamento para os filhos. Mas sempre deu os ‘toques’ certos na hora certa.

3) Por que a opção de fazer um jornal familiar?
R – Não sei se foi uma opção. Acho que tudo aconteceu naturalmente. Aí, quando vieram os filhos ele começou a idealizar o tão sonhado “Jornal Pequeno do ano 2000”, como costumava falar. E aí estamos; eu, meus irmãos e minha mãe realizando o seu sonho. Do mesmo jeito; com esforço, dedicação, coragem e lealdade com os que acreditam no JP.

4) Como funciona hoje a administração do jornal? Quais as atribuições de cada um dos irmãos?
R – Dos irmãos e da minha mãe, Dona Hilda, a grande baluarte e ponto de equilíbrio disso tudo. Ela é a grande conciliadora, que na hora do “pega pra capar” chama todo mundo e coloca as coisas no eixo. Cuida da parte social do jornal, comparecendo a eventos, realizando eventos e também dá uma boa força na parte administrativa, especificamente na questão das instalações físicas. Está sempre muito atenta a tudo. O papel dos irmãos: Josilda é diretora administrativo-financeira; Ribinha, que durante muito tempo, assim como eu, foi repórter policial, hoje é diretor comercial; Luiz Antônio é diretor de circulação; Luiz Eduardo hoje mora nos Estados Unidos. É pastor e ministro da Igreja do Evangelho Quadrangular em Upland, na Califórnia. É o que protege toda a família com suas orações. E Gutemberg edita o JP Turismo, o interessante caderno de turismo, de 8 páginas, publicado todas as sextas-feiras. E a terceira geração também já está sendo preparada. Alguns netos de Ribamar Bogéa e Dona Hilda já desempenham funções na casa.

5) Há conflitos entre os irmão no exercício de fazer jornal?
R – Claro! Imagina, administrar uma empresa familiar sem conflitos! É utopia! Daí a importância do papel de Dona Hilda. Mas o importante é o respeito que existe entre nós. Os conflitos são sempre resolvidos com o diálogo, sem exacerbações. O momento mais difícil foi no rompimento do então governador José Reinaldo Tavares com o grupo Sarney. Ninguém acreditava; só eu. Foi uma barra convencer meus irmãos e minha mãe de que eu estava certo do que estava fazendo no jornal. Mas não tiro a razão deles; afinal, nem mesmo os políticos da oposição ao sarneisismo acreditavam. Mas eu tinha certeza. Quando olhava nos olhos do Zé Reinaldo e da Alexandra (na época primeira-dama) sentia segurança, sabia que eles não estavam mentindo e que a coisa era pra valer mesmo. Tive muitos conflitos com meus irmãos, mas, enfim, acabei provando que estava certo. Mas, como disse, não tiro a razão deles, pois, na verdade, eu tinha as informações, eles não. O problema é que eu queria, por tudo nesse mundo, que eles confiassem em mim. Foi difícil. Mas aí entra Deus na história e faz o seu papel.

6) Você como diretor geral é quem dá o tom da linha editorial ou a decisão é conjunta?
R – Eu dou o tom editorial do jornal.

7) Tempos atrás o JP era o jornal dos excluídos, dos setores populares? Hoje perdeu essas características para ser um jornal mais informativo?
R – O JP continua sendo o jornal dos setores populares, dos excluídos. É hoje um jornal mais informativo, mas não perdeu a característica de sair em defesa de quem necessita, de lutar por um Maranhão mais igualitário. Um jornal que faz o que o Jornal Pequeno faz, com o caderno 'Realidade Maranhense’ ressalte-se, um grande e consistente trabalho do jornalista Oswaldo Viviani que agora será transformado em livro, não pode ter perdido a característica de defender os excluídos.

8) Você não acha que o JP está muito politizado? Muito envolvido no processo político e assim se descaracteriza como veículo de informação?
R – Está sim, mas creio que é uma politização necessária para um estado com certas peculiaridades como o Maranhão, onde um grupo detentor de uma mídia muito poderosa impõe ao povo uma comunicação deturpada, dissimulada. Alguém tem que, digamos, “abrir os olhos” da população, e esse papel o Jornal Pequeno tem procurado fazer ao longo dos anos. Quer um exemplo? Tempos atrás, esse grupo atemorizou toda São Luís com um falso arrastão simplesmente porque queria criar um clima para emplacar como secretário de Segurança um dos seus integrantes. Quem não lembra desse episódio? São Luís viveu uma tarde de cão. Tudo começou na Rua Grande, quando um grupo de desocupados gritou que estava havendo arrastão. Lembro que na época a Rede Globo só falava em arrastão no Rio de Janeiro, para ‘queimar’ o então governador Leonel Brizola. Então, quando gritaram ‘ARRASTÃO’, o caos começou. Os comerciantes fecharam as lojas, o povo se apavorou e começaram a dizer que mulheres estavam dando entrada no Socorrão e em outros hospitais com o bico do seio cortado. Viaturas da Polícia Militar e da Polícia Civil começaram a dar voltas e mais voltas pelo Centro da cidade, principalmente praças João Lisboa e Deodoro, com as sirenes ligadas, ‘atrás’ dos ‘vândalos’. À noite, a TV Mirante abriu seu telejornal fazendo um sensacionalismo enorme. Pela manhã, todos os jornais, com exceção do Jornal Pequeno, anunciaram o episódio em manchete, mesmo sem comprovação de invasão de uma loja sequer na Rua Grande ou de alguma mulher com o bico do seio decepado. E sabe qual foi a manchete do Jornal Pequeno? “FARSA DE ARRASTÃO ATERRORIZA SÃO LUÍS”. Isso mesmo. Quando começou toda aquela onda, eu, desconfiado, chamei dois repórteres e mandei um para o Socorrão e outro para a Rua Grande. Eles voltaram dizendo que não constataram nenhuma invasão de loja nem mulher ferida pelos supostos vândalos. Não tive dúvidas em dar a manchete que dei. Uma semana depois, o então secretário de Segurança, hoje falecido, Leofredo Ramos, foi à Assembléia Legislativa e confirmou que fora tudo uma farsa, dando razão ao JP. E se não tivesse o Jornal Pequeno para “abrir os olhos” da população? Esse é apenas um exemplo. Eu seria capaz de escrever um livro para relatar muitos e muitos outros. O grupo que dominou o Maranhão durante todos esses anos e que foi apeado do poder 40 anos é especialista em criar climas para conseguir seus objetivos inconfessáveis. Dentro desse contexto, a politização do JP, o nosso envolvimento no processo político é necessário. Mas uma coisa a população do Maranhão pode estar certa e segura. A nossa linha é única. Apoiamos uma luta porque acreditamos em um novo Maranhão, mais justo com os pobres. Ninguém se engane com isso. Acreditamos na Frente de Libertação e vamos dar a esse governo o voto de confiança de que ele precisa. Se, lá na frente, constatarmos que a grande expectativa do povo, mas a expectativa real, não essa que tenta impor a mídia poderosa do grupo Sarney... se acreditarmos que essa expectativa não foi correspondida, podem ter certeza de que o Jornal Pequeno vai tomar a sua posição, e a favor do povo, do seu leitor, das pessoas que confiam nele.

9) O noticiário policial era o forte do JP. Hoje não é mais. Por que?
R – Por tudo que foi dito acima. O JP precisava “se politizar mais”, precisava alcançar outros segmentos da população, precisava ser realmente respeitado. E usando ‘Polícia’ como ‘carro-chefe’ não chegaríamos onde chegamos. Lembram como as pessoas falavam quando se referiam ao JP? “O Jornal Pequeno, se espremer sai sangue”. Hoje isso não existe.

10) Cite alguns casos em que o JP denunciou alguém e depois teve a sua direção ameaçada?
R – Que eu lembre, ou seja, do período em que assumi a direção pra cá, só na época dos Fiéis Depositários e do Crime Organizado, quando andaram ligando para a minha casa e fazendo ameaças. Mas nunca dei bolas. Houve também um episódio, uns 8, 10 anos atrás, de uma ameaça de bomba. Marcaram até horário para explodir o JP. A Polícia foi acionada, Corpo de Bombeiros, os funcionários saíram todos para a rua, mas eu fiquei na minha sala. E brinquei com umas duas pessoas que ficaram comigo, mas que não lembro agora o nome: “Vou ficar, não vou sair. Se explodirem o jornal eu vou junto”.

11) Desde o tempo de Ribamar Bogéa, essas ameaças sempre existiram?
R – Meu pai chegou a contar alguns episódios, como o do empastelamento do jornal, já relatado acima. Contou também que certa vez uma pessoa tentou matá-lo com um facão em frente ao antigo Ferro de Engomar, na Rua Afonso Pena. Acho mesmo que no período dele as coisas foram mais complicadas.

12) Como foi a história em que o governador Sarney tentou tomar ou fechar o Jornal Pequeno e perdeu na justiça?
R – O Freitas Diniz, na época deputado, havia feito uma denúncia grave, através do Jornal Pequeno, contra o então governador Sarney. Como não pôde processá-lo, por causa da imunidade parlamentar, Sarney acionou meu pai. E, com sua influência no tribunal de Justiça, com ajuda de desembargadores que ele, como chefe de estado, havia nomeado, conseguiu condená-lo aqui; e o condenou à prisão, mesmo sendo Bogéa réu primário. Ribamar Bogéa recorreu a Brasília e ganhou, por unanimidade.

13) Temos a impressão de que depois desse episódio, Ribamar Bogéa passou a odiar e a combater o Sarney sem dar uma trégua até quando morreu. É verdade?
R – Não é verdade. Um homem puro, com a alma que meu pai possuía, não guardaria rancor nem ódio de ninguém. Como eu também não guardo. O que falou mais forte foi o ideal, o desejo de ver um Maranhão melhor, mais justo. E quanto mais conhecia Sarney, mais meu pai se decepcionava e via que ele não estava nem um pouco interessado em resolver os problemas da pobreza e dos pobres. A conclusão definitiva veio quando ele ascendeu à Presidência da República. O que fez para reverter o quadro de miséria no Estado? O que fez pelo desenvolvimento do Estado? Nada. Então, esse é o real motivo do ferrenho combate do JP ao sarneisismo no Maranhão. O resto é conversa. Falo com convicção porque tenho hoje o mesmo sentimento que meu pai tinha. Como aceitar que um homem com todo o poder e influência que Sarney teve – e ainda tem – em Brasília, um homem que foi presidente da República, que fez três ministros maranhenses, que foi duas vezes presidente do Congresso Nacional deixe o Maranhão na situação que deixou, ostentando o título de campeão nacional da pobreza?

14) Você herdou esse ódio ao Sarney do seu pai?
R – Não tenho ódio do Sarney, nem de ninguém. Não concordo é com o que ele fez com o Maranhão, conforme afirmei na resposta anterior.

15) Por que o JP só denuncia o sarneismo? Não dá nenhuma notícia positiva sobre o seu grupo político?
R – Difícil é ter notícia positiva de um grupo que está aí única e exclusivamente trabalhando para derrubar o governo. Mas, mesmo assim, tem muita gente no grupo com espaço no Jornal Pequeno. É só ver... Max Barros, Pedro Fernandes, Gastão Vieira. O JP praticamente abriu manchete terça-feira (04.03.08) com o discurso que o Sarney fez no Senado contra a posição de Hugo Chávez. No dia seguinte, a Roseana ganhou um recurso contra a colocação do seu nome na fachada do TCE e também foi destaque na primeira página do JP. Poderia citar aqui vários exemplos de notícias, de fatos favoráveis aos Sarney que o JP, por respeito ao seu leitor, não esconde.

16) A Roseana quando era governadora chegou a visitar o JP, foi no velório de Ribamar Bogéa? Este não foi um sinal de conciliação?
R – Quando o Sarney morrer, se eu estiver vivo e tiver a garantia de que não serei hostilizado, também irei ao velório dele. Quando o Jornal Pequeno fez 50 anos, fui pessoalmente à casa de Roseana Sarney, no Calhau, e a convidei para a festa. Convidei por quê? Porque ela era governadora. Nem por isso o JP queria fazer conciliação. Não se trata de conciliação nem de oposição. Trata-se de posição. O JP é um jornal de posição. E posição sempre assumida. Em qualquer circunstância. O maior exemplo disso foi quando houve o massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. Lembram o que o JP disse na época, sendo inclusive condenado pela Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos? Disse, com todas as letras, que naquele momento que estavam sendo atacados pelos sem-terra os policiais militares não tinham outra alternativa que não fosse atirar. Todos viram as imagens que a TV Globo mostrou para o mundo inteiro. Os PMs iam ser massacrados. Atiraram para se defender. O que aconteceu depois, na perseguição e morte aos sem-terra, aí, sim, foi uma covardia brutal. Mas naquele primeiro momento, ou eles atiravam para se defender ou morriam.

17) Houve uma época em que você se relacionava bem com o Fernando Sarney, chegaram até a jogar bola. Essa amizade não prosperou?
R – Continuo me relacionando bem com Fernando. Com ele, com Zequinha (Sarney). Jogamos bola juntos. Lembro um jogo da Turma do Quinto contra a Flor do Samba, no Nhozinho Santos, que terminou com a vitória da Flor por 2 a 0; um gol meu e outro de Fernando. Lembro também um jogo promovido pelo então prefeito Mauro Fecury na Ponta da Areia, entre Jornal Pequeno e Câmara Municipal. Zequinha jogou de lateral esquerdo pela Câmara. O juiz era o saudoso ex-vereador Luís Papagaio. No segundo tempo, jogo 1 a 1, o JP estava no ataque, fui derrubado dentro da área e ‘Papagaio’ marcou pênalti... contra a gente, do outro lado do campo, para agradar Zequinha. Todo mundo riu, e como era uma festa de confraternização, ficou assim mesmo. Zequinha bateu o pênalti e a Câmara venceu por 2 a 1. Ano passado (2006), em plena campanha, encontrei Fernando num almoço no Rio Poty. Conversamos sobre política, ele me tratou muito bem e vice-versa. Quem não gostou foram as pessoas que o acompanhavam, que chegaram a comentar que não entendiam por que ele ainda falava comigo.

18) Por que o jornal dos Sarney bate tão pesado no JP? É uma reação ou uma ação deliberada de combater o JP?
R – É uma ação deliberada, uma ação política mesmo. Eles sabem que o Jornal Pequeno não é nada disso do que falam. O próprio Fernando Sarney, nos bastidores, vive dizendo que eu sou besta, que não sei aproveitar... esse aproveitar é “não saber ganhar dinheiro”. Ele sabe que sou idealista, que faço o que faço porque acredito num Maranhão melhor; que não existe mercenarismo no JP. Não só eles como todos os demais políticos do Maranhão, que nos acompanham e nos conhecem. Mas querem passar essa impressão para a sociedade, para a opinião pública. Só que não adianta, porque, no geral, o Maranhão conhece a família Bogéa, conhece o Jornal Pequeno e sabe exatamente porque eles fazem isso. Então, é pura perda de tempo.

19) O Estado diz que o JP recebe boas verbas do governo para se alinhar ao governo Isso acontece ou vocês tratam o governo como um cliente qualquer?
R – Se o governo fosse pagar o Jornal Pequeno pela linha editorial seríamos hoje riquíssimos. O Governo Jackson Lago, como o de José Reinaldo Tavares, faz conosco mídia técnica, paga o que publica, as publicações legais e as peças publicitárias. Nada mais do que isso. Nem iríamos querer, porque se assim agíssemos estaríamos nos comprometendo com o governo. E essa lição Ribamar Bogéa, nos ‘toques’ que dava na hora certa, soube muito bem ensinar aos filhos.

20) A coluna do Dr. Pêta é a mais lida do JP. Qual o segredo? Quem faz a coluna do Dr. Pêta? Você ou é um trabalho coletivo?
R – Costumo dizer que Dr. Pêta é uma instituição. Quem faz são políticos, juízes, jornalistas, advogados, médicos, profissionais liberais como um todo... todos ajudam a fazer o Colunaço do Pêta. No jornal, a gente só tem o cuidado de checar e elaborar a página.

21) O suplemento Guesa Errante tem ajudado a fortalecer a literatura maranhense, principalmente os escritores que não pertencem à elite intelectual?
R – Sem dúvida. É um belo trabalho da minha irmã Josilda com o professor Alberico Carneiro.

22) Foi importante para você fazer o curso de comunicação na Ufma? Ou a grande escola para você foi mesmo o JP?
R – Muito importante. Aprendi muito na universidade. Mas a grande escola, mesmo, foi o JP, onde comecei a aprender desde que brincava pulando por cima do balcão e das mesas.

23) A equipe que faz hoje o JP inclui também ex-alunos da Ufma. Isso tem ajudado a melhorar o jornal?
R – Tem sim, e ajudado de forma importante. Um dos exemplos é o jornalista José Machado, que se formou comigo e é um eterno filho da casa. A Ufma formou grandes profissionais do jornalismo maranhense. Tinha muita vontade de ter no JP o ‘Pipoca’ (Antônio Carlos Lima – secretário de comunicação nos governos Lobão e Roseana), mas o seu lado político, que eu respeito, não permitiu.

24) Que conselhos você dá para um estudante de jornalismo se qualificar melhor, para aqueles que acabaram de se formar?
R – Que sejam leais com a profissão, com os fatos. Que não deturpem a informação. Que vendam seu trabalho, mas não vendam sua consciência.

25) Quais os planos de melhoria e expansão do Jornal Pequeno?
R – Nossa meta é adquirir uma máquina rotativa e poder melhorar visualmente o jornal, hoje ainda em PB (preto e branco). Para isso, estamos tomando algumas providências com relação às instalações físicas do prédio, para que tenhamos condições de comportar a máquina. Mas, como meu pai sempre dizia, uma coisa de cada vez. Devagar se chega lá.

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