quinta-feira, 5 de julho de 2007

Carta de um estudante brasileiro em Cuba. (Por Lenimarx Soares Costa.)

Caro Ricardo Santos, venho por meio desta expressar os meus sentimentos e com segurança os sentimentos dos cubanos com respeito ao ocorrido na semana passada (24 de outubro) na Casa Branca, quando em esta ocasião o presidente dos Estados Unidos da América, fez um discurso áspero e truculento contra Cuba.

Sei que sua página na Internet é um dos poucos meio de imprensa do Brasil que podemos expressar uma opinião que não seja a de interesse da política escravista neoliberal. Por isso envio minha reflexão com o interesse que as pessoas conheçam a verdadeira Cuba, que quase nunca é mostrada pela imprensa.

Lenimarx Soares Costa.
Estudante de medicina em Cuba, integrante da Federação Estudantil Universitária de Cuba. FEU. Fundador do núcleo do PT em Cuba. Maranhense, oriundo de Viana.

“Um grande PLANO para Cuba.”

No dia 24 de outubro de 07, na Casa Branca , em um discurso áspero e libertador do senhor presidente dos Estados Unidos da América, George W. Bush., se fez de conhecimento de todos a grande cruzada que tem feito para tornar “ Cuba livre”, a mesma que tem feito para libertar os povos árabes do fanatismo e dos conflitos religiosos.

O Presidente enfatizou que agora mais que nunca vai aumentar o boicote dos paises aliados contra a pequena ilha, tornando o bloqueio econômico insuportável, e um dos tópicos mais enfatizados do seu plano libertador (plano Bush), foi com respeito a liberdade de comunicação, a qual os jovens cubanos não tem direito, onde seu plano trataria de fazer chegar a Internet a todos os jovens desta ilha.

O “Plano Bush” é um pacote de soluções que governo norteamericano elaborou para dar solução aos problemas de Cuba. Este plano tornou-se de conhecimento em 6 de maio de 2004, Se trata de um plano elaborado por homens do presidente George Bush, com o objetivo de apertar ainda mais Cuba, e assim o vem fazendo até hoje, sendo que o seu governo foi o que teve medidas mais duras contra Cuba, durante os quase 50 anos de revolução cubana.

As medidas de cerco a cuba tem como objetivo impedir que cheguem equipamentos hospitalários, componentes químicos essenciais para que cuba siga desenvolvendo o seu grande potencial em produção de vacinas e medicamentos, dificultar a chegada de produtos alimentícios, impedir a aquisição de computadores e equipamentos tecnológicos essenciais para o desenvolvimento de um país.

Se observa também pontos bem claros do Plano Bush, que diz que Cuba não tem como executar toda ajuda humanitária que presta para a humanidade, como o envio de médicos para as comunidades mais pobres do planeta, diminuir também os gastos com pesquisas cientificas e em campanhas preventivas contra doenças epidemiológicas, pois segundo o plano , Cuba é muito pequena para os grandes investimentos que fazem neste setor.

Aqui, cito somente algumas das tarefas deste Plano, as quais se tornam estarrecedoras para aqueles que conhecem a história solidária desta pequena ilha , que se torna grande e valente por suas ideologias e seu humanitarismo.

Todo este ensaio do dia 24 de outubro de 2007, foi uma maneira de justificar ao mundo o porque do bloqueio econômico a Cuba, pois na semana seguinte dia 30 de outubro seria realizada a votação na ONU com respeito ao bloqueio, mas parece que a encenação do presidente norteamericano não colou muito, pois a votação contra o bloqueio de Cuba, rendeu a Cuba uma grande vitória, a qual 184 países votaram contra o bloqueio, 4 a favor e 1 abstenção.

O bloqueio é tão insustentável que desde que foi iniciada a votação na ONU em 1992 que são anuais, todas direcionaram o fim do bloqueio. O governo norte americano, como sempre fez, mostrou sua prepotência e incapacidade de tomar uma política conciliadora, não respeitando a decisão dos paises com voto na ONU com respeito ao bloqueio, assim como foi a intransigente guerra contra o Iraque.

Tanto é assim que os maiores aliados dos E.U.A, como Inglaterra, Itália e França

votaram contra o bloqueio.

A pobreza, a fome, a miséria e o desamparo social determinam iniqüidade que caracterizam o mundo de hoje, e afetam um dos principais direitos do homem o direito a saúde.

Segundo a OMS “ os países mais pobres estão pagando o alto preço pela complacência e negligencia do mundo desenvolvido”. No mundo atual, 20% da população mundial vive em absoluta pobreza (menos de 1USD por dia), e metade da população mundial subsiste com 2 USD por dia.

Em Cuba, país pobre, o qual o mais inumano bloqueio que se há aplicado a um povo, a situação das doenças transmissíveis é completamente distinta dos demais paises subdesenvolvidos e isto se deve a prioridade que tem a saúde para o governo, assim como para o sistema socialista.

Os programas de controle de saúde se caracterizam por:
. Absoluta equidade para toda a população.
. Proteção a toda população rural e urbana.
. Forte desenvolvimento na atenção primaria.
. Proteção mediante vacinação contra doenças transmissíveis.
. Possui um sistema de vigilância epidemiológico de doenças transmissíveis com bases de laboratórios muito bem estruturadas.

Por estas razões , o Sistema de Saúde de Cuba, estar entre os melhores em uma avaliação global, segundo o que aparece no reporte mundial da OMS em 2000. Os indicadores de saúde de Cuba se correspondem com os de um país desenvolvido, onde as chamadas doenças tropicais não existem, e a maioria das doenças transmissíveis não são problema de saúde.

Seria difícil pensar em uma nova Cuba, sem seus médicos para levar o alento as comunidades pobres andinas, africanas, latino americanas... Seria difícil pensar em uma nova Cuba sem seus centros investigativos de vacinas e medicamentos, que trouxeram grandes aportes a humanidade...

Seria difícil pensar que aqueles 130 mil bolivianos humildes que nos últimos 2 anos foram operados por oftalmologos cubanos, que estes já não teriam direito a visão... Seria difícil pensar que na primeira catástrofe natural em qualquer ponto da terra, que Cuba já não estaria encabeçando a lista dos países que prestam ajuda humanitária...

Seria difícil pensar que o país que elaborou planos contra o analfabetismo que rendeu premio de reconhecimento da UNESCO a Venezuela por adotar tal plano e livrar o país do analfabetismo, já não faz investimento na educação, porque dizem que o país é pequeno e não tem capacidade para tanto...

Seria difícil pensar em uma Cuba algemada e encurvada a um modelo político que não garante os direitos básicos de um cidadão, como saúde, educação e moradia...

Seria difícil pensar em todas aquelas crianças felizes e inteligentes, que estão na escola, com direito a material estudantil, uniforme, alimentação e todo um acompanhamento educacional, que elas teriam que estar pelas ruas em pára-brisas de carro, e se prostituindo para poder garantir o lucro dos bancários e uma dependência ao país protetor da humanidade, cujo o presidente é um enviado de Deus...

Seria difícil pensar que já não existiriam mais a grande força cubana nos esportes, e que os jovens que faziam deste sua profissão estariam aí pelas ruas desempregados , robando e matando pelas mais pequenas banalidades...
Seria difícil pensar que dos 300 milhões de crianças que dormem nas ruas, que uma delas fosse cubana...

Nem toda esta política ofensivas, considerada a mais ofensiva de toda história, dos Estados Unidos e de seus aliados, foi capaz de derrubar Cuba, que se manteve heroicamente depois da caída da URSS, onde o povo de Cuba passou uns dos 13 anos mais difíceis, o chamado “período especial”, e que bravamente se reergueu e que nos últimos 3 anos tem promédio de 12% de crescimento do seu PIB.

E assim fazendo investimentos importantes na educação, na saúde, no social, na infra-estrutura, no transporte, e comunicação, inclusive se o senhor presidente dos Estados Unidos finge que não conhece, em toda Cuba vem se desenvolvendo centros de Internet para pesquisas estudantis e para conhecimentos gerais, e que as escolas e centros universitários estão informatizados, e que muita das vezes é dificultada a vinda dos computadores por imposição da dinastia Bush .

Enfim, Cuba mostra que um povo unido e solidário, por mais pequeno que seja, pode enfrentar qualquer império e ser maior do que o imaginário dos fracos e covardes.