segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sem noção



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Por José Reinaldo Tavares
A oligarquia fica zangada quando mostramos as armações e invenções que tentam passar como verdade. Ossos do ofício. Se trabalhassem ao invés de apenas fingir que o fazem não teríamos o que falar. Como não é assim...
O professor e pesquisador José Lemos reage sempre às distorções capengas que as pessoas tentam fazer com os indicadores sociais. Vejam o que ele comentou quando o senador José Sarney, em artigo, lamentou que os nordestinos fugindo da seca nos estados vizinhos estariam vindo para cá, esse verdadeiro oásis de progresso e oportunidades que é o Maranhão hoje, e pela visão do senador viriam prejudicar o grande trabalho que estava sendo feito pelo governo local, que já estaria apresentando resultados, melhorando os nossos indicadores sociais.
Vejam o que comentou: “Faltou avisar para o Senador que se ele ficasse um pouco atento às estatísticas publicadas pelas PNAD do IBGE iria descobrir que o fluxo migratório é na direção contraria.
Maranhenses emigrando em ritmo muito mais acelerado do que qualquer outro nordestino. Os emigrantes do semiárido do Nordeste, inclusive os do Maranhão, estão indo para as fronteiras amazônicas no Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará, Tocantins e até para o Amapá.” É o contrário do que afirmou o senador.
Portanto o nordestino não será o culpado dos nossos péssimos indicadores sociais. O senador se preocupa a toa.
Os oligárquicos saudaram entusiasmados a frase do candidato Luís Fernando de que a oposição fazia “mudanças no gogó”.
Na verdade um membro da oligarquia dizer isso é dar um tiro no pé, pois quem está no poder é Roseana Sarney que não para de fazer “mudança no gogó”. Quando mostrei isso ficaram muito bravos e chegaram ate a dizer que a oposição, eu incluído, não tínhamos imaginação e até éramos pautados por eles.
Que bom, pois era impossível deixar passar uma bobagem como essa. Agora disseram que eu que fiz “mudança no gogó” quando estive em Xangai assinando contrato com a Bao Steel e a Vale para construir aqui uma siderúrgica. Primeiro meus queridos leitores eu não fiz campanha prometendo trazer usinas siderúrgicas.
Nem isso foi usado em 2006 na campanha de Jackson Lago. Não enganei ninguém, muito diferente do que Roseana fez com apoio do governo federal para se beneficiar na eleição de 2010.
E já contei em artigo que o projeto ia muito bem, a Bao criou uma empresa no Rio de Janeiro, sediada na praia de Botafogo, para poder trazer os seus técnicos para o Brasil para desenvolverem os projetos necessários a execução.
Essa agenda fez parte da visita presidencial do país a China onde mais protocolos foram assinados. Nunca fez parte de projeto eleitoral de ninguém. Não dava para convencer os chineses a fazer essa brincadeirinha por aqui. Eles tem mais o que fazer.
E tudo ia muito bem e o projeto estava tão próximo de acontecer que havia reunião semanal entre a Vale, o governo do estado e a prefeitura de São Luís, até que no final da última reunião, o representante da Vale me pediu uma conversa particular onde ele muito acanhado disse que a Vale ia paralisar o projeto porque forças políticas poderosas exigiram que o projeto fosse paralisado até a eleição em 2006. Ou seja, a eleição de Roseana Sarney era dada como certa e era apenas questão de tempo.
A ela então caberia a implantação do projeto, já avançado e prestes a ser iniciado. Um projeto dessa importância e magnitude não poderia, jamais, vir no meu governo, nessa época um governo de oposição no estado.
Isso que parecia apenas um hiato no tempo, e toda a culpa seria jogada em mim e no meu governo, acabou por prejudicar tremendamente o estado, pois a imbatível Roseana perdeu para Jackson e quando conseguiu o golpe jurídico que a colocou no governo de novo, aconteceu uma crise mundial severa, a produção de aço deixou de ser interessante e a Bao desistiu de fazer qualquer coisa no país, certamente impressionada como as coisas verdadeiramente acontecem por aqui.

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