terça-feira, 26 de março de 2013

Medicamento contra Lúpus está em falta há 20 dias em farmácia pública do Maranhão



Distribuição gratuita do remédio está parada no Maranhão e
prejudica tratamento de milhares de pacientes
Há 20 dias, os pacientes do Maranhão que dependem da Azatioprina, componente utilizado para evitar a rejeição a transplante de órgãos e para o tratamento de doenças como Lúpus Eritematoso Sistêmico e Hepatite, não estão recebendo, gratuitamente, o medicamento. São milhares de pessoas que dependem do remédio no Estado e não têm condições de adquiri-lo nas farmácias convencionais, onde o preço é alto. Chega a custar mais de R$ 200,00.
No Maranhão, a distribuição da Azatioprina é feita pela Farmácia Estadual de Medicamentos Especializados (Feme), que atende portadores de doenças raras, crônicas ou que necessitam de tratamento especial, localizada ao lado do Viva Cidadão e em frente ao Terminal da Integração da Praia Grande, em São Luís. Há pelo menos 20 dias, pacientes e familiares estão na busca incansável pelo medicamento e não recebem, sequer, a informação sobre um prazo para a regularização da distribuição do medicamento. Chegam com a esperança de obter o remédio e saem de lá inseguros e de mãos vazias.
Sem retorno nenhum do Estado em relação à distribuição gratuita do medicamento, pacientes vêm enfrentando problemas com sintomas que se intensificam a cada dia. Por exemplos, sem tomar o remédio, doentes de Lúpus começam a ter dores nas articulações, febre alta, inflamações, etc. que podem levar a um quadro grave e irreversível.
E de quem será a responsabilidade se o pior vier a acontecer? O governo do Estado, através da Feme, parece fazer pouco caso do problema. Há quase um mês, a distribuição gratuita de um medicamento imprescindível, como a Azatioprina, está simplesmente parada no Maranhão, prejudicando o tratamento de quem depende do remédio.
Quase 100 mil pessoas estão cadastradas para receber medicamentos especiais no Maranhão segundo dados disponibilizados no portal da Secretaria de Saúde do Estado. Ao todo, a farmácia disponibiliza 236 medicamentos especiais para a população maranhense. Em alguns casos, eles chegam a custar cerca de R$ 1.500,00 a ampola, valor alto e inviável para os usuários cadastrados, que não têm condições de arcar com a despesa.
Entenda como funciona o medicamento - A Azatioprina é um análogo sintético da purina e foi desenvolvida no final dos anos 50, na tentativa de impedir a degradação metabólica da 6-mercaptopurina (6-MP), o que destituía seus efeitos antileucêmicos. Atualmente, ela é usada em dermatologia, gastroenterologia, oncologia, reumatologia e várias outras áreas da medicina, devido às suas propriedades antileucêmicas, antiinflamatórias e imunossupressoras. Por serem caros, esses remédios são chamados de excepcionais.
O medicamento, conhecido comercialmente como Imunem e Imuran, é indicado contra Hepatite crônica auto-imune; Anemia; Artrite reumatóide grave, transplante de órgãos; Lúpus e Poliarterite. A droga é bem absorvida pelo trato gastrintestinal após a administração oral.
A medicação tem uma curta meia-vida de cerca de três horas, como resultado de uma rápida conversão in vivo, mas os metabólicos permanecem ativos por muito tempo, o que permite que a administração do fármaco seja feita a cada 12 ou 24 horas. Ao entrar na circulação, a Azatioprina sofre conversão não-enzimática e é metabolizada por três enzimas.

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