quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Dois ex-prefeitos presos pela PF disputam eleição no Maranhão




Dois ex-prefeitos presos pela PF disputam eleição no Maranhão
Outros dois políticos detidos em operações da Polícia Federal tentam permanecer no poder elegendo sucessores
SÃO LUÍS-MA: Pelo menos dois ex-prefeitos detidos em operações da Polícia Federal no Maranhão desde 2007 são candidatos neste ano. Como ainda são investigados ou só respondem a processo, estão imunes à Lei da Ficha Limpa, que exige condenação colegiada (mais de um juiz) para barrá-los.
Uma das operações da PF que colocou gestores públicos atrás das grades foi a "Rapina 1", realizada em 13 de dezembro de 2007, e deteve nove prefeitos maranhenses. Um dos detidos nessa operação foi Cleomar Tema Carvalho Cunha (PSB) que é candidato a prefeito em Tutum. Cunha, que lidera as pesquisas de intenção de votos, disputa a eleição como se nada tivesse acontecido.
Outro que quer voltar a comanda sua cidade é o ex-prefeito José Aldo Ribeiro Souza, de São João do Paraíso. Aldo foi preso na operação "Usura", realizada em 11 de maio de 2011, pela Polícia Federal. Ele concorre nestas eleições pelo PRB.
Em Axixá e Barra do Corda, os prefeitos Sonia Campos, a Soninha (DEM) e Manoel Mariano de Sousa, o "Nenzim" (PV), respectivamente, encerram em 2012 o segundo mandato seguido e tentarão fazer os sucessores.
Soninha que foi presa na Operação "Rapina 1", realizada em 13 de dezembro de 2007, tenta eleger seu sobrinho Altonides Manoel Maciel Campos Neto, o Tony Campos (PV).
Nenzim que não foi preso na Operação Astiages, realizada em 3 de fevereiro de 2011, mas teve a prisão temporária decretada e só não foi detido porque ficou foragido por alguns dias, quer se manter no poder elegendo Carlito Lopes dos Santos(PTdoB), como seu sucessor na Prefeitura.
Para o juiz Márlon Reis, que ajudou a elaborar a Lei da Ficha Limpa, as cidades pequenas favorecem casos desse tipo pela "falta de fluxo de informação" e pelo clientelismo. Segundo o juiz, não se trata de deficiência da Ficha Limpa porque a ideia era tirar das eleições os "casos mais graves": "O restante fica para a sociedade. A situação pode ser apresentada pelos candidatos oponentes, pelas organizações civis".

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