segunda-feira, 9 de março de 2009

Carta Capital


A volta do donatário

O ascético escritório na residência oficial não tem a imponência do gabinete na parte superior do Palácio dos Leões, um forte do século XV transformado em sede do governo do Maranhão, com dimensões que invariavelmente comprimem a figura de seus ocupantes. Mesmo assim, o governador Jackson Lago parecia mais franzino do que o habitual.

Seria efeito da maneira serena com que analisava os acontecimentos de quinze horas antes? Nem parecia que às duas da madrugada da quarta-feira 4 o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia selado, salvo uma espetacular e pouco provável mudança de opinião nas próximas semanas, o seu destino político. Em uma reunião repleta de divergências quanto à validade das provas apresentadas, o TSE cassou o mandato do governador e ordenou a diplomação da senadora peemedebista Roseana Sarney, segunda colocada nas eleições de 2006.

Lago poderá continuar no cargo até a análise dos recursos de seus advogados, no prazo de até 60 dias, mas poucos de seus auxiliares acreditam em uma virada. Por um detalhe: quem vai analisar a nova defesa serão os mesmos magistrados que o haviam condenado na noite anterior. À exceção do governador, que tentava demonstrar otimismo e cumpria uma agenda normal de trabalho, o clima no palácio era de visível desânimo.

“Montaram uma farsa grosseira. A família Sarney nunca aceitou a derrota nas eleições. Tratam o Maranhão como um feudo”, afirmou o chefe da Casa Civil, Aderson Lago, primo do governador. (
Sergio Lirio)

Confira a íntegra dessa reportagem na edição impressa.
Publicado ou Escrito por Chico Bruno

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